sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Resenha: Legend #2 - Prodigy

de Marie Lu

Prodigy, segundo volume da trilogia, é ainda melhor do que Legend. Nesse livro, Day e June estão procurando pelos patriotas em Las Vegas para pedir sua ajuda com três coisas: achar o irmão de Day, Eden; ver Tess e se certificarem de que ela está bem; conseguir assistência médica para Day, que está com sua perna muito machucada.
Mas os Patriotas não são tão generosos, como já descobrimos no primeiro livro ao ver quanto dinheiro June teve que pagar apenas para que eles a ajudassem a libertar Day, e os nossos dois protagonistas estão com pouco dinheiro. Dessa vez, eles terão que fazer algo diferente para os Patriotas.

Dá pra ver que Marie Lu evoluiu em sua escrita do primeiro para o segundo livro (não que no primeiro tenha sido ruim). Ela não perde tempo com detalhes excruciantes sobre o cenário, mas ainda assim consegue ambientar a cena de forma envolvente. Suas cenas de ação me deixaram tensa e inquieta durante todo o livro.
Eu não sei o que esperava desse livro, ou que rumo eu esperava que a trilogia fosse tomar, mas isso definitivamente nem cruzou a minha cabeça. TUDO muda. Marie Lu te força a pensar bem em quem você acha que está mentindo e em quem você acha que está certo, sem te dar pista nenhuma sobre os personagens. Ao menos, não pistas que você perceba logo de cara. As reviravoltas são sutilmente implantadas ao longo da narrativa, mas você só as capta de fato quando elas são jogadas na sua cara.
Eu ADOREI o fato de que Marie Lu não ignorou o resto do mundo. Várias vezes, em livros distópicos, eu me pego perguntando para outras pessoas que leram o livro "O que você acha que aconteceu com os outros países? Como você acha que eles estão lidando com essa crise?". Eu odeio isso. Mas nesse livro ela nos mostra exatamente como o resto do mundo está, e não só um continente ou outro, mas todo o globo.
E, ainda sobre descobrir o resto do mundo, as Colônias me deixaram um pouco mais perturbada do que a República. Talvez seja por que eu já tenha me acostumado com a República, de certa forma, e nós vemos tão pouco das Colônias que eu tenha ficado curiosa para saber o que diabos está acontecendo naquele lugar, mas... há algo de errado ali.
E a República não me incomoda tanto por ser tão distante da nossa realidade hoje em dia, mas as Colônias se parecem muito com o nosso mundo atual. E ainda assim, alguma coisa não está certa naquele lugar. Nós só vimos a superfície, mas se tivéssemos a oportunidade de ver mais sobre o que ocorre lá, tenho certeza de que veríamos que tem tanto de errado ali quanto na República.
À respeito dos personagens, vou começar com os secundários.
Kaede me impressionou muito nesse livro. Não pelo seu desenvolvimento, pois ela não muda exatamente, mas pelo quanto nós descobrimos sobre ela.
A Tess foi de ser uma menina que apenas estava ali e não fazia diferença nenhuma para ser alguém completamente irritante que eu, apesar de querer que seja feliz, quero que seja feliz fora do meu campo de visão.
O que mais me surpreendeu foi que eu realmente gostei de Anden. Eu me pegava relendo tudo o que ele falava para ver se conseguia captar alguma mentira ou indício de manipulação, e até agora não sei com certeza de que lado ele está. Se ele acabar do lado errado eu vou ter que aplaudí-lo de qualquer forma, pois ele conseguiu me enganar direitinho.
As partes de June foram as que eu mais gostei de ler aqui. Ela é inteligente, corajosa, forte, e mesmo assim não deixa de ter falhas, inseguranças, e momentos em que faz escolhas com as quais eu não concordo. E a posição em que ela está, durante esse livro, é muito interessante de se ler. Eu ficava decepcionada toda vez que seus capítulos acabavam. Outra coisa que amei foi como o desenvolvimento de June acontece devagar, e não de repente. Ela ainda tem, eu seu interior, todos os ensinamentos da República, e esses instintos não somem em algumas semanas. É preciso tempo. Nesse livro, ela ainda tem dúvidas, ao invés de estar completamente certa do que quer, e isso faz de seu personagem muito mais crível.
Day, no entanto, foi um pouco frustrante. Ele é muito confiante em relação à certas coisas, mas em outras ele se deixa levar completamente pela dúvida (e pela manipulação de terceiros), e foi disso que eu não gostei nele. Poxa, Day, tenha mais fé. Confie mais na June. Ela arriscou tanto por você.
Ainda assim, o personagem de Day continua sendo tão bom quanto o de June. Existe uma diferença entre ficar frustrada com um personagem como personagem mesmo ou como pessoa. Day me deixou frustrada apenas como pessoa (e isso não significa que eu deixei de gostar dele).
Eu adoro como June nos narra tudo de forma mais detalhada, nos dando as horas, os números exatos, tudo. Isso é outra coisa que eu realmente gosto nesses livros, as vozes de Day e June são claramente diferentes. June é muito mais racional, enquanto Day é muito mais impulsivo, e os dois são SUPER inteligentes. Eu nunca me esquecia do ponto de vista de quem eu estava lendo, como acontece tantas vezes em livros com mais de um ponto de vista. Quando June narrava, eu estava completamente imersa em seus pensamentos, e quando Day narrava, eu estava imersa nos dele.
O enredo em si começa bom, e fica ainda melhor. A autora não faz como tantos outros insistem em fazer, deixando tudo para ser resolvido no final (no caso de trilogias ou séries, deixando tudo para ser resolvido no último volume). A ação nesse livro começa cedo e não termina.
Pela primeira vez, eu não faço a mínima ideia do que precisa acontecer no próximo livro. Eu simplesmente não sei.
Eu ouvi dizer por aí que Champion teve um final satisfatório, mas que não é tão bom quanto poderia ter sido, e isso me desanimou um pouco, mas assim que tiver a chance vou começar a lê-lo. Eu preciso saber o que vai acontecer, depois desse final.
5 estrelas!

Beijos, etc.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Resenha: Heróis do Olimpo #4 - A Casa de Hades

de Rick Riordan

(Spoilers do outros três volumes)
Eu não vou me preocupar em dar um resumo decente pra esse livro. Todo mundo já sabe. Eu fui literalmente a última pessoa a começar a ler Heróis do Olimpo.
Mas, ok, basicamente, Percy e Annabeth CAÍRAM NO TÁRTARO. Os outros cinco semideuses tem que ir até a Casa de Hades para fechar as portas do inferno por fora, enquanto Percy e Annabeth tentam fechá-las por dentro.
Tudo é dor.
Temos dificuldades, temos cenas que me deixaram surpresa pelo fato de serem bem mais obscuras do que eu imaginei que qualquer livro do Rick seria, temos cenas fofas, temos personagens irritantes, temos personagens adoráveis, etc. Tudo aquilo que já conhecemos.

"Para meus maravilhosos leitores:
Lamento pelo último suspense.
Quer dizer, não de verdade. HAHAHAHA.
Mas, falando sério, adoro vocês, pessoal."

Wow, Rick Riordan, Wow. Eu te odeio. Eu te odiaria mais ainda se tivesse lido A Marca de Atena quando saiu e tivesse que esperar um ano para o lançamento desse livro. Ainda bem que esse não foi o caso.
Eu estava com muito medo de que esse livro fosse nos deixar no escuro sobre onde Percy e Annabeth estão o tempo todo, se focando nos outros semideuses e aí só no final mostrar o casal nos contando o que aconteceu com eles, mas nós estamos com eles O TEMPO TODO. Nós vemos cada passo que eles dão lá dentro do Tártaro, cada dificuldade, cada monstro, cada obstáculo. Eu fiquei muito aliviada. Eu odiaria ter que tentar assumir o que estava acontecendo com eles o tempo todo.
Palmas pelos dois por serem tão incríveis em tempos de extrema dificuldade. No momento em que eles terminam de cair eles se olham e pensam: "Ok. Nós estamos aqui. Qual é o plano? Como vamos sobreviver?" Nada de choro ou pena. Eles mantém um ao outro forte.
Honestamente, todas as cenas no Tártaro foram minhas favoritas, mas teve uma que me deixou um pouco perturbada, e essa é quando Percy e Annabeth encontram Akhlys. Quem leu vai saber por quê, mas sem spoilers.
Resumindo, Percy e Annabeth são incríveis, não tem nada de novo aqui.
O livro não virou o meu favorito do Rick só por causa das dificuldades deles no Tártaro, mas também por tudo o que acontece fora, com os outros semideuses.
Sem os dois personagens "mais antigos" para roubar a cena, os outros cinco tem uma chance de brilhar. Não que eles estivessem nas sombras antes, mas agora eles realmente aparecem mais, e se desenvolvem mais. Eu passei a gostar mais de cada um deles depois desse livro, mesmo achando que não poderia amá-los mais.
Os capítulos da Piper continuam sendo, para mim, um pouco chatos de ler (mas não pela Piper, pois ela é incrível e eu a adoro, como já disse diversas vezes). Talvez sejam só as coisas que acontecem nos capítulos dela que não sejam tão emocionantes quanto as outras. Talvez. Ainda estou tentando descobrir.
Jason, eu te adoro, de verdade, e a forma como você apóia e motiva as pessoas e tenta fazê-las darem o seu melhor, sempre, faz de você um bom líder e uma ótima pessoa. Mas você tem que parar de desmaiar, ou congelar, ou ser pendurado de cabeça pra baixo sempre que aparece um perigo, ou um monstro.
Eu tenho esse jogo comigo mesma, onde toda vez que algo assim acontece com o Jason eu desenho um raio no livro, e meus livros estão cheios de raios.
Eu não sei se o Rick faz isso de palhaçada, para nos fazer rir, ou se o Jason só é muito atrapalhado mesmo, ou se o poder do Jason é tão grande que Rick o deixa inconsciente ou incapaz durante as lutas para que os outros tenham a chance de fazer alguma coisa, por que se não perde a graça. Mas mesmo assim, eu não posso evitar uma risada toda vez que isso acontece.
Leo! Meu personagem favorito de todos os novatos. Suas cenas nesse livro são todas apaixonantes, eu AMEI cada uma delas, e tenho muita esperança de que tudo dê certo para ele no próximo livro. Se não der vou pessoalmente na casa do Rick. Juro.
Hazel descobre um novo poder e ela é incrível ao aprender a usá-lo. Ela está crescendo e aprendendo cada vez mais, e isso me dá sentimentos estranhos de orgulho que eu não deveria sentir por personagens fictícios.
Falando em orgulho, vamos falar sobre a verdadeira estrela desse livro: Frank! Estou super orgulhosa dele também, e não sei nem o que dizer sem dar vários spoilers. E o que ele fez pelo Treinador Hedge...
Esse livro é tão bom. Meu coração de fã está dando pulos.
Finalmente, Nico. Como se não bastasse que um dos meus personagens favoritos já sofreu o suficiente em sua vida, sendo trocado por um grupo de caçadoras por sua irmã, para depois perdê-la em um piscar de olhos, fosse rejeitado por alguns semideuses apenas por ser filho de Hades, perder seus pais, ter que viver no submundo dando McDonalds aos mortos, passar dias no Tártaro sozinho (Percy e Annabeth pelo menos tem um ao outro), e quase morrer depois de passar dias trancado em um jarro... Ele ainda por cima tem que sofrer, também, por isso. Eu realmente espero que tudo dê certo para o Nico, gente. Em um mundo perfeito ele encontraria alguém que ele ame de verdade, e que o ame de volta, e aí eles se casariam. Se os deuses permitirem, Rick Riordan não vai me decepcionar. Se tem um personagem que eu quero que seja tão feliz que vai dar nojo nas outras pessoas, é o Nico.
Voltando aos comentários, finalmente vemos Grover de novo! Mesmo que por um breve momento. Eu estava me perguntando onde ele estava. E a cada dia que passa eu gosto mais da Reyna e odeio mais o Octavian.
Em resumo, esse livro é ótimo, o melhor que Rick já escreveu (nas séries sobre o Percy Jackson. Não li seus outros livros ainda) na minha opinião. Não consegui parar de ler, tive que ficar acordada até sete horas da manhã para terminá-lo, e não me arrependo nem um pouco.
Eu mal posso esperar pelo próximo livro. O título é "The Blood of Olympus", bem feliz e otimista, né?
Meu medo só não se compara às minhas expectativas.

Beijos, etc.

Resenha: Trilogia Unearthly

de Cynthia Hand




Traduzida no Brasil como "Sobrenatural", a trilogia Unearthly fala sobre Clara Gardner, uma menina com sangue de anjo que está tendo visões sobre um incêndio, no qual ela salva a vida de um garoto que ainda não conhece. Clara não está assustada, ela sabe exatamente o que está acontecendo. Todos na Terra com sangue de anjo tem um propósito, uma razão para estarem aqui, e em algum ponto de suas vidas eles começam a ter visões sobre isso. Esse é o propósito de Clara.
Clara conta tudo para sua mãe, uma mulher metade anjo e metade humana, que imediatamente a ajuda a descobrir onde a visão está acontecendo, e Clara, sua mãe, e seu irmão mais novo Jeffrey, se mudam para lá.

Eu nunca tinha lido nada sobre anjos antes (a não ser pelo início de Hush Hush, do qual rapidamente desisti, e incontáveis fanfics de Supernatural), apesar de já ter comprado A Batalha do Apocalipse há eras atrás. Mesmo assim, acho que esse foi um ótimo começo. O livro explica toda a sua mitologia muito bem, e não tem nada de muito complicado nele.
No início do primeiro livro, eu fiquei um pouco incomodada. Mais um livro com um "amor" instantâneo entre dois personagens, ugh. Mais um livro com um triângulo amoroso desnecessário, ugh. Mas gente, o livro é bem legal, e essas duas coisas quase não me atrapalharam em nada, e só acontecem em Unearthly, o primeiro volume.
Eu adorei a relação de Clara com sua mãe e com seu irmão, e a forma como elas se desenvolveram, não só no primeiro livro, mas durante toda a série. Adorei o fato de que os pais não sumiram nesse livro. Na verdade, eles são uma grande parte dele. Essa não é mais uma daquelas trilogias sem adultos em momento nenhum, sabe? Isso faz uma grade diferença.
O segundo livro foi tão bom quanto o primeiro, só que bem mais triste, com uma carga emocional pesada. Foi um pouco deprimente, na verdade, mas ainda assim foi legal. E o que me surpreendeu ainda mais: no segundo livro eu comecei a me importar com o tal do triângulo amoroso. Ele começou a parecer bem mais verrdadeiro e justificável, até o ponto em que eu não sabia mais quem a personagem principal escolheria. Essa dúvida continua até o final do livro três.
Na verdade, no livro três, eu não sabia mais quem EU escolheria. Eu estava honestamente dividida em duas partes iguais entre os dois garotos, cada minuto me inclinando mais para um lado. Nunca me senti tão confusa a respeito de quem eu escolheria se estivesse na situação da protagonista. Geralmente, eu tenho uma ideia bem clara de quem eu prefiro, e geralmente é a pessoa com quem a personagem principal termina.
Mas o que mais me surpreendeu foi o quanto eu gostei do terceiro livro. Eu tinha achado os dois primeiros legais, mas até demorei pra ler o terceiro porque em trilogias assim o último livro é sempre o mais fraquinho, o pior de todos. Foi por isso que ao terminar o terceiro livro eu eu fiquei boquiaberta. Imaginem minha surpresa ao ler uma cena, entre o meio e o final do livro, que me deixou com lágrimas nos olhos (depois de muito tempo sem encontrar um livro que me emocionasse assim), em uma trilogia pela qual eu não dava nada ao começar?
O final foi feliz, mas amargo, assim como eu achei que ia ser. Mas essa é a vida, nem tudo dá certo para todos, e nesse livro estava claro que alguém não ia sair com tudo às mil maravilhas. Eu adorei.
Fora isso, ele tem a quantidade certa de cenas de ação, e várias surpresas. A série inteira em si é cheia de surpresas, coisas que eu simplesmente NÃO teria adivinhado em momento nenhum.
E os personagens são muito bem construídos. Eu adorei cada um deles, inclusive (para a surpresa de todos) a Clara. Ela comete erros, mas ela os reconhece, ela se arrepende, ela tenta consertá-los. E ela é engraçada, honesta e ela se importa com as pessoas. É raro que eu goste de personagens principais que narram em primeira pessoa, mas nesse livro isso aconteceu. Não tanto no primeiro volume, mas Clara cresce ao longo da série, seu personagem se desenvolve melhor, e isso só aumenta os pontos imaginários que eu ia dando para a trilogia enquanto ia lendo.
Fora ela, adorei sua mãe, seu pai, seu irmão, Tucker, Christian, Angela, Wendy, Billy, e até Samjeeza.
Só uma coisa: aconselho que leiam a novela que acompanha os livros, Radiant, entre o segundo e o terceiro livro. Eu não fiz isso, e fiquei bastante confusa em algumas partes que tinham referências à ela, mas a autora explica brevemente o que aconteceu lá de forma satisfatória e eu não fiquei sem entender nada. Mas teria sido melhor se tivesse lido Radiant antes.
A série como um todo recebe 4.5 estrelas, e só por que o primeiro livro realmente poderia ter sido melhor (apesar de não ter sido ruim). O terceiro com certeza é o meu favorito, e pra quem gosta de literatura sobre anjos, essa série vale muito a pena.

Beijos, etc.

sábado, 30 de novembro de 2013

Resenha: Allegiant

de Veronica Roth

Terceiro e último livro da série Divergente, Allegiant começa quase imediatamente após o final de Insurgente. Nesse livro nós descobrimos o que existe além dos muros de Chicago, como está o mundo lá fora, e como resolver os problemas das facções.
Não descreverei muito o enredo do livro, pois se você ainda não leu os dois primeiros você receberia vários spoilers, e se você JÁ leu os dois primeiros, você tem uma ideia bem clara do que precisa, a princípio, acontecer aqui. Vamos direto para a minha opinião.
(Essa resenha tem spoilers dos dois primeiros livros.)
Quem leu as minhas resenhas de Divergente e Insurgente sabe que eu não tenho sido a maior fã dessa trilogia. Gostei, e me deixou curiosa o bastante para continuar, mas nada que me deixasse muito entusiasmada. Allegiant, no entanto, ainda conseguiu me decepcionar bastante. E olha que eu nem esperava muito; imagina só a decepção das pessoas que amaram os dois outros livros e esperavam algo épico?
Não é um livro particularmente ruim, mas para a expectativa que os leitores tinham, baseando-se nos livros anteriores, o nível de Allegiant diminuiu bastante.
Ao contrário de Divergente e Insurgente, temos poucas cenas de ação. Allegiant gasta grande parte do seu tempo nos explicando a situação em que o mundo se encontra e como eles estão tentando lidar com isso. Não me leve a mal, eu gosto de ter informação sobre a sociedade em que o livro se passa, e tudo que Veronica Roth nos contou era necessário, mas a quantidade de informações deixadas para o livro final foi imensa. Eu já sabia que seria assim, pois ela não tinha revelado nada sobre NADA no final do segundo livro, mesmo tendo muito para explicar, e estava óbvio que o terceiro livro teria um alto nível de info-dump.
O ideal seria que metade dessas explicações estivessem no livro anterior, para que o terceiro pudesse ter uma resolução melhor. Divergente poderia ter sido mais rápido e com menos detalhes de uma facçao só, acabando em algum lugar no que hoje temos como o meio de Insurgente. Assim, o segundo livro teria mais espaço para explicações e o terceiro livro teria sido melhor executado.
Mas não. Nós recebemos toda a explicação em um livro só. Além disso, com essa explicação, nós temos problemas e mais problemas relacionados ao mundo-do-lado-de-fora se adicionando à pilha de problemas que já tínhamos em Chicago. Ao chegar no meio do livro e perceber que a autora não tinha nem começado a resolver nada, eu já sabia que não daria a esse livro mais do que 3 estrelas.
Para falar a verdade, eu gostei do final. Eu gostei da forma como as coisas ficaram depois de tudo ter se resolvido, sabe, eu gostei do Epílogo. O que eu não gostei foi a FORMA e a RAPIDEZ com que as coisas foram resolvidas. Todos aqueles problemas que vão se adicionando à pilha (assim como os problemas anteriores) são rapidamente solucionados em uns... 5 capítulos. Só.
Falando em coisas que não gostei, acho que devo adicionar que a tal explicação para o "por que Chicago está assim? Por que as facções foram criadas?" foi bem previsível. Pessoas com quem eu discuti sobre como o final da trilogia seria já tinham surgido com essas teorias a algum tempo, e eu a vi aparecer em várias resenhas de Insurgente. Achei tudo muito simples, tudo muito fácil. Tudo muito mal planejado.
A impressão que tive foi de que a autora havia tido a ideia dessa sociedade dividida em facções, mas que não sabia ao certo por quê ela havia se dividido assim. E quando ela finalmente pensou em um por quê, esse motivo não foi muito bom. Me parece que a autora não sabia muito sobre o próprio livro que estava escrevendo quando começou a escrevê-lo.
O livro todo, na verdade, foi de certa forma previsível. E várias coisas desnecessárias parecem acontecer apenas com o intuito de causar algum conflito emocional, tanto nos leitores quanto nos personagens. Muito nesse livro acontece não por realmente ter um motivo para acontecer, ou porque merdas as vezes acontecem (com o perdão da palavra), mas sim porque a autora parecia forçar o acontecimento para adicionar tristeza aos seus livros.
Veronica nos afoga em mortes, mais uma vez, e muitas delas acontecem desnecessariamente. Não todas. Algumas realmente eram necessárias. Como eu já disse, eu gostei do final do livro.
Só mais uma coisa: nesse livro temos dois POVs. Ao contrário dos outros, onde só tivemos o de Tris, Tobias nos narra parte da estória de Allegiant. Isso me confundiu em diversas partes porque apesar de Tris e Tobias serem pessoas bem diferentes, suas vozes narrativas eram praticamente iguais. A falta de diferença nos capítulos deles me deixou um pouco irritada, pois em vários momentos eu achava que estava lendo Tris e aí o narrador dizia "e então Tris entrou..." e eu tinha que voltar e ler tudo de novo, agora sabendo que o narrador era o Tobias, só para me situar.
Essa mudança de POV me confundiu e irritou bastante (além de deixar claro o que iria acontecer, desde o início. Pelo menos para mim. Mais uma vez eu digo: esse livro foi bem previsível.)
Peço sinceras desculpas às pessoas que amam essa trilogia e a acham brilhante, mas eu, honestamente, a achei apenas ok.
Gosto da escrita de Veronica Roth, apesar de tudo, e também gosto da forma como ela constrói seus personagens, então provavelmente lerei seus outros livros se ela decidir algum dia escrever outra coisa. Um escritor também aprende conforme escreve, e seu próximo livro com certeza será melhor.

Beijos, etc.

Resenha: Heróis do Olimpo #3 - A Marca de Atena

de Rick Riordan

A Marca de Atena começa imediatamente  após o final de Filho de Netuno, e finalmente temos os nossos sete semideuses reunidos e interagindo. Eu sou péssima com resumos, gente, então vou ser breve. Nesse livro, temos a realização da profecia da marca de Atena, que foi dita parcialmente no final do livro anterior e que escutamos completa aqui (pelo que me lembro, mas todo mundo sabe como minha memória é ruim). Temos vários momentos  em que os personagens vão em direções diferentes, cada grupinho com a sua própria missão, e aí eles se reencontram e contam o que aconteceu, e isso nos dá uma grade chance de conhecê-los de forma melhor, o que é ótimo. Especialmente por causa dos caras novos, que não conhecemos direito.
Rick Riordan se supera a cada livro que escreve. Eu gosto mais e mais de cada livro que vou lendo, e cada vez mais aprecio a sua forma leve (que a cada livro fica um pouco mais pesada) de lidar com as criaturas mitológicas perigosas que os personagens encontram, mesmo que para muitas pessoas essa mesma coisa seja considerada infantil.
A reunião de Percy e Annabeth, que acontece logo no início, é tudo o que eu sonhei que seria e mais. Aliás, tem muitos momentos fofos entre os dois nesse livro, o que é um alívio, já que apesar de sabermos que eles se amam, nós não tivemos muita chance de vê-los junto como namorados ainda.
Eu tenho muitas coisas para dizer sobre esse livro, mas a maioria delas poderiam ser consideradas spoilers, então vou falar sobre cada personagem separadamente, porque acho que fica mais fácil assim.
Primeiramente, Annabeth, a estrela do livro. Nós sempre soubemos que Annabeth era inteligente e corajosa, mas nesse livro nós temos a chance de estar "dentro de sua mente" enquanto ela nos mostra o QUÃO inteligente e corajosa ela é. Ela enfrenta alguns de seus piores medos de forma brilhante, exatamete como esperaríamos que ela faria. Não tenho nada além de elogios aqui.
Percy. Na verdade, as partes em que mais gostei do Percy foram as partes em que ele não estava narrando. Não que eu não tenha amado cada segundo de seus capítulos, mas depois de cinco livros do Percy falando para nós o que acontece, foi legal que outras pessoas nos contassem o que elas pensam sobre ele. E foi ainda mais legal ler o que Annabeth pensa sobre ele. Nós conhecemos a Annabeth a tanto tempo, e nunca soubemos direito como ela pensa. Aqui, nós finalmente temos essa ideia.
Sobre o Frank, eu gosto muito dele. Ele é inseguro, mas ele está ganhando cada vez mais confiança, e ao mesmo tempo ele se encaixa tão bem nos sapatos de "herói filho de Ares". Dá pra ver que ele vai fazer coisas incríveis, que ele tem potencial pra isso. E é fofo ver como sua relação com Hazel vai se desenvolvendo.
Já que mencionei Hazel, vamos para ela. Eu também a adoro, e o fato de ela ser um pouco antiquada por ter nascido a tanto tempo atrás faz dela ainda mais adorável. Ela parece estar finalmente aprendendo a usar suas habilidades de uma forma mais útil, não que elas tenham sido inúteis antes. Agora ela está aprendendo a controlá-las.
Amei os momentos entre ela e Leo, e fiquei feliz de ver que todo o assunto do Sammy foi resolvido rapidamente e sem muita dor e conflito (e ainda assim, de uma forma linda e bem executada). Eu estava muito preocupada com o que ia acontecer ali, e a última coisa de que precisamos é um triângulo amoroso.
O Leo, como sempre, foi incrível. Ele cometeu alguns erros nesse livro, mas qualquer personagem que não tenha falhas não é um bom personagem. E ainda que ele tenha cometido erros, ele salva os outros de situações ruins toda hora, então ele tem crédito o suficiente pra cometer alguns erros e ainda ficar bem. Gosto especialmente da cena com Echo e Narciso, que foi uma das minhas partes favoritas do livro.
A Piper é a personagem que menos gosto que narre. Não me leve a mal, eu ainda a adoro. Ela salva a vida dos outros semideuses constantemente, mas sempre que algum capítulo da Piper chegava, eu torcia um pouco a boca. Ela é ótima, mas os seus capítulos me cansam. Não sei por quê.
E por último (dos sete semideuses principais, que deviam ser oito, porque eu queria que o Nico estivesse entre eles), o Jason, que em várias ocasiões é paralisado contra a sua vontade durante as batalhas e impedido, de alguma forma, de lutar. E algumas vezes atrapalha ao invés de ajudar. Mas mesmo que ele não seja o mais inteligente dos personagens (veja, não estou dizendo que ele é burro, de forma alguma), ele ainda é um ótimo personagem. Ouvi várias reclamações sobre como o Jason não faz nada, como ele se acha um líder e não é... Mas gente, ele é um líder. Não da mesma maneira que o Percy é um líder (pois existem tipos diferentes) mas um líder de qualquer forma. O Jason é mais como um motivador. Toda vez que alguém precisa de ajuda ou consolo, toda vez que alguém não acredita em si mesmo, ele está lá, dizendo para a pessoa que ela pode, que ela tem que ser corajosa... Ele oferece apoio moral e incentivo, e essas são grandes qualidades para se ter. Qualidades de um líder.
Acho que não preciso dizer que adoro o Nico, todos já sabem. E estou muito feliz que conhecemos um pouco mais da Reyna nesse livro. Espero que possamos ver mais dela (e mais interações entre ela e a Annabeth! Por favor) nos próximos.
Eu não tenho nada de negativo para dizer sobre esse livro. Absolutamente NADA. E depois de ler o final eu estou muito feliz que tenha esperado até o quarto livro sair para começar essa série, pois não aguentaria esperar.
Não preciso nem dizer que recomendo para todo mundo.

Beijos, etc.

domingo, 20 de outubro de 2013

Resenha: Série Matched

de Ally Condie


Matched é uma trilogia de livros sobre uma sociedade distópica (nada de novo aqui) onde tudo é controlado pela "Sociedade", desde o quanto (e o quê) você come até o dia em que você morre.
Aos 17, se não me engano, acontece uma cerimônia onde você é pareado com a pessoa com a qual você irá se casar. Nessa cerimônia você pode se vestir com roupas elegantes e comer um banquete, coisas que eles não fazem no dia a dia.
Nossa personagem principal é Cassia, e começamos a estória com ela em sua cerimônia. Todos os pares são combinados de forma a criar filhos com a melhor combinação genética possível, e depois de você ver na tela quem vai ser seu par, você recebe uma maquinazinha (ou algo assim, não me lembro direito) com os dados da pessoa que foi escolhida para você, e Cassia é pareada com seu amigo, Xander. Quando ela vai para sua casa e tenta ver seus dados na maquininha, a pessoa que aparece é um garoto completamente diferente. Cassia fica nervosa, já que a Sociedade nunca erra, e esconde de todos o acontecimento.



A escrita é bem fácil e bem poética. Tão poética que em vários momentos se torna chato, mas na maioria das vezes ela funciona de forma bonita. A autora consegue colocar imagens vívidas em sua cabeça, as descrições são bem claras.
No primeiro livro, Matched, temos o ponto de vista de Cassia. Eu me interessei muito pela estória do livro e ele deixou mistérios o suficiente para que eu me sentisse tentada a ler o segundo. Aqui, temos o desenvolvimento do romance entre Cassia e Ky, e todos os momentos que eles compartilharam foram muito fofos. O romance funcionou bem, sem parecer forçado, o que foi um grande alívio. Isso é raro de encontrar.






No segundo livro, Crossed, temos a narrativa de Cassia e Ky, o que me deixou bastante surpresa. Ainda mais surpresa eu fiquei quando percebi que as vozes desses dois personagens, mesmo em primeira pessoa, eram diferentes. Nesse livro, aprendemos sobre o passado de Ky e mais sobre as três pílulas que todos carregam consigo para todos os lugares, além de conhecer personagens novos.
A escrita continua a mesma, mas o segundo livro me irritou bastante. Não acontece nada! Não existe climax em Crossed. Vários pontos em que poderiam ter havido conflitos são desperdiçados, passando sem incidentes, e no final eles voltam para o mesmo lugar onde estavam no início do livro. Crossed poderia não existir. Crossed está aqui para fazer da série uma  trilogia. Crossed é irrelevante. Infelizmente, isso fez com que a estória perdesse um pouco da magia.



Reached é diferente. Coisas acontecem! Apesar de não ser muito melhor do que Matched  (e os dois serem muito melhores do que Crossed, que foi bem ruim) é o que eu mais gostei da série. Nesse, temos o ponto de vista de Cassia, Ky, e Xander, e mais uma vez me sinto surpresa pela forma como a autora diferenciou suas vozes, suas narrativas.

Nesse livro, tudo é explicado. Ou pelo menos tudo que eu ainda tinha interesse em saber. Eu tinha medo de que a autora houvesse deixado mistérios demais em branco e que não fosse responder todos, mas o livro é bem amarrado, bem fechado.
Ainda assim, achei que o final ficou um pouco... mal resolvido. Deixou a desejar. Eu me senti satisfeita ao terminar, mas não tão satisfeita quanto poderia, ou esperava. Alguma coisa definitivamente faltou.


Eu ainda não decidi se vale a pena ou não ler esses livros, para falar a verdade. A escrita é muito bonita, apesar de um pouco cansativa, e os poemas apresentados pela autora se encaixam na estória de forma legal, mas eu me senti um pouco... vazia ao terminar. Não sei explicar, mas foi a sensação que tive.
Eu acho que não recomendaria essa série, mas é mais pelo segundo livro do que por qualquer outra coisa... Crossed foi tão ruim que quando li Reached eu simplesmente já não ligava mais pro que acontecia, eu estava lendo para terminar, e não para desfrutar.

Beijos, etc.

Resenha: Daughter of Smoke & Bone #1 - Feita de Fumaça e Osso

de Laini Taylor

Feita de Fumaça e Osso narra a estória de Karou, uma menina de cabelo azul que não sabe de onde vem. Desde pequena, ela foi criada por quimeras, sendo sua maior figura paterna o Brimstone, um homem com metade do corpo do bode e metade do corpo humano. Ela foi treinada para fazer alguns serviços para ele, coletando dentes (para quê, ela não sabe), e ele consegue chamá-la em qualquer lugar que ela esteja, não importa o quão inconveniente isso seja para ela.
Como recompensa, ele a retribui com pequenas jóias(?), ou pedrinhas(?), ou missangas(?), não lembro, que realizam os seus desejos. As menores, scuppies, realizam os desejos pequenos, os mais triviais, e o valor dos desejos realizados vai crescendo conforme as "pedrinhas" que ele a dá: scuppie, shing, lucknow, gavriel, e bruxis.
Karou logo descobre que existem dois mundos: o mundo dos quimeras e o mundo dos anjos, e ambos estão em guerra constante um com o outro.
Sinceramente, a estória do livro tem tanta coisa, nós descobrimos tanta coisa, que é inútil tentar explicar tudo o que está acontecendo nele.
No início, toda a informação nova é um pouco demais para aguentar, e eu fiquei bastante confusa com todos os nomes e com a aparência física de alguns personagens, mas assim que você se acostuma com tudo, o livro voa.
Laini Taylor tem muita criatividade, além de uma boa escrita, e ela descrevia Praga com tanta vividez que eu realmente me sentia lá. A escolha de lugar também me surpreendeu bastante (de um jeito bom), Praga. Nunca havia lido nenhum livro que se passasse lá.
Todos os personagens são muito bem construídos. Eu podia vê-los claramente, e imaginar seus gestos enquanto falavam. Até os personagens mais detestáveis eram fáceis de se ler. E a personagem principal, Karou, é inteligente e confiante, tudo o que eu gostaria que uma personagem principal fosse.
Uma das coisas que mais gostei foi que o livro não guarda todos os seus mistérios para o próximo volume. Nós temos a maioria das nossas perguntas respondidas nesse livro mesmo, e apenas algumas questões cruciais continuam não respondidas, mas só o bastante para nos fazer querer continuar a ler a série. Isso é bom e importante de se fazer, pois muitas séries deixam tudo para ser resolvido no final e acabam esquecendo algumas coisas. Tenho a impressão de que essa trilogia será muito bem amarrada, e isso me deixa com ainda mais vontade de ler o próximo.
Os diálogos, no entanto, me deixaram um pouco nervosa, porque muitas conversas que os personagens tinham pareciam inúteis. Eu sei que as pessoas conversam sobre coisas inúteis o tempo todo, mas alguns diálogos escritos por Laini me entediavam demais. Eles não fariam diferença nenhuma se não estivessem ali. Por exemplo, em certo ponto do livro, Karou e sua amiga Zuzana estão tendo uma conversa sobre borboletas no estômago, que dura quase duas páginas inteiras e não nos acrescenta em nada.
E aí nós temos, é claro, o romance. O livro não gira em torno dele, e ele nem chega a ser claro até que um bom pedaço do livro tenha se passado, mas ainda assim é importante para a estória.
No início, eu achei o romance entre Karou e Akiva forçado, como todos os outros romances em livros nesse estilo parecem ser. Mas de pouquinho em pouquinho eu fui gostando da relação deles, torcendo por eles... E nós descobrimos depois por quê eles se sentiam atraídos um pelo outro, e tudo fica bem.
E Akiva, o tal interesse romântico de Karou, é simplesmente adorável. Eu sei que adorável é uma palavra estranha para descrevê-lo, mas toda vez que ele se sentia desconfortável ao fazer alguma coisa humana eu pensava no quão fofo tudo aquilo era. Ele tentando entrar no banheiro e tendo dificuldades, por causa de suas asas gigantes, ou se assustando com o elevador, ou tentando contar piadas...
De forma geral, o livro não tem muitos pontos negativos. Foi bem divertido e interessante de ler, e eu mal posso esperar pelos próximos. Já pedi Dias de Sangue e Estrelas, e o último livro, Dreams of Gods and Monsters, deve sair no início do ano que vem lá nos states. Yay!

Beijos, etc.


Resenha: Heróis do Olimpo #2 - O Filho de Netuno

de Rick Riordan


Atenção: Spoilers do primeiro livro. Mas já que todo mundo já leu essa série e eu sou a última, isso não importa muito.
Atenção 2: Estou um pouco exaltada. Talvez essa resenha não seja tão profissional quanto eu gostaria que fosse.

O Filho de Netuno é o segundo livro dessa série linda e maravilhosa. Ele se passa uns... seis ou sete meses depois de O Herói Perdido, e agora finalmente sabemos o que Percy tem feito durante todo esse tempo que esteve perdido.
Nesse livro temos várias coisas novas. Além de vários personagens diferentes, temos que nos adaptar a outro acampamento, e ao estilo romano de vida. Ainda não estou acostumada a chamar os deuses por seus nomes romanos, e acho que nunca estarei.
Começamos direto onde eu queria. BAM! Percy. Assim como Jason, ele não se lembra de nada de sua vida (além do nome de Annabeth, o que foi super fofo), e tem que se acostumar com a sua vida nova sem qualquer ideia do que esteja acontecendo. Temos Hera, irritante como sempre, Ares, arrogante como sempre, e muitos personagens mitológicos novos. Alguns chatos, alguns preciosos.
Temos também o resto do nosso grupo de sete semideuses! Yay.
Agora, sobre esses novos personagens... Eu gostei da Hazel, ela é ok. Eu sabia de cara de quem ela era filha (falando nisso, um dos meus personagens mais queridos aparece! *olhos de coração*). E temos Frank, que é até bem legal. Eu gostei dele, e não fazia ideia de quem ele era filho, assim como ele. Ele é inseguro como o Leo, e honestamente? Eu sei que as pessoas são inseguras, mas eu meio que esperava que ele fosse diferente. Já temos um inseguro no grupo, não preciso de mais gente dizendo o quanto eles não são bons o suficiente.
Mas o Frank é diferente. Ele é mais sensível, ele não cobre seus sentimentos com uma máscara de humor e sarcasmo como o Leo, ele só... sente. Ele é como um urso panda gigante. É, essa parece uma ótima descrição.
Posso por favor expressar aqui meu ódio pelo Octavian? Octavian é um personagem novo, do acampamento romano, que atrapalha a vida de todos constantemente. Ele é um augúrio (como se fosse a versão romana do oráculo, só que sem as profecias. Ele faz presságios, e antigamente se usavam entranhas de animais para isso, mas eles não matam nenhum animal hoje em dia, então Octavian faz seus presságios através de entranhas de ursinhos de pelúcia). Apesar de não poder negar que a imagem de um garoto irritado e malvado andando por aí com ursinhos de pelúcia na mão seja hilária, eu tenho certeza de que ele vai nos trazer problemas no futuro. Ugh, como eu queria poder matar personagens com o poder da minha mente.
A missão nesse livro é bem interessante, e o prazo é, como sempre, curto. Eu ainda senti que eles conseguiriam ter feito tudo com folga se não tivessem se desviado do caminho por um momento, a pedido de Reyna.
Apesar do nosso amado Percy ter voltado nesse livro e de eu adorar vê-lo pela perspectiva dos outros quando antes só o via pelos seus próprios olhos, eu tenho que dizer que gostei mais d'O Herói Perdido. Eu adorei esse também, e ele quase empatou no primeiro lugar! Mas acho que gostei mais dos personagens novos do primeiro, e simplesmente não consigo me acostumar com o acampamento romano e a forma romana de se viver.
Ainda assim, esse livro é ótimo, e Rick Riordan não deixa a desejar em sua escrita.
Mais uma vez, preciso recomendar essa série para qualquer pessoa que ainda não a tenha lido (ou seja, ninguém).

Beijos, etc.

Resenha: Delirium #1 - Delírio

de Lauren Oliver

É bem irritante quando as séries tem o mesmo nome do primeiro livro. Só um comentário breve.

Delírio se passa em uma sociedade distópica onde o amor é considerado uma doença. Garotos e garotas são separados a vida inteira, e perto dos 18 anos eles recebem a "cura" do amor, para então serem pareados com a pessoa com a qual irão viver e ter filhos.
Essa sociedade é cercada de muros e arames, para manter os "Inválidos" (as pessoas que moram fora e que não foram curadas do amor) do lado de fora, e  impedi-los de trazer a sua doença para dentro.
A vida continua mais ou menos a mesma, exceto pela falta de amor. E não é só falta de amor, é falta de qualquer sentimento forte que se pode ter por qualquer coisa. Falta até mesmo de compaixão. As pessoas tem animais de estimação, mas elas não os amam. Elas tem filhos, e elas não os amam.
Nossa personagem principal é Lena. Ela está perto de fazer o seu teste para ver com quem ela será pareada, já que está quase com 18 anos.
E então, é claro, ela vai de aceitação à descrença. E é essa a estória do primeiro livro: sua jornada do momento em que ela ainda é submissa à sociedade e aos seus valores, até o momento em que ela percebe tudo que há de errado ali e resolve fazer alguma coisa sobre isso.
Sobre o romance no livro... Eu provavelmente tenho algum problema com romances, porque nenhum desses casais de YA parece me tocar. Eu gostei de Alex como um personagem, mas a relação deles me pareceu forçada. Eu entendo que Lena nunca falou com meninos na sua vida, e que era mesmo provável que ela se apaixonasse pelo primeiro que a desse bola, mas mesmo assim. Forçado. O único momento em que senti qualquer coisa sobre o amor deles foi em uma cena que eles tiveram em um trailer, mas sem spoilers.
Lena é a sua típica personagem principal de YA. Ela é insegura, se perguntando diversas vezes durante o livro como alguém poderia gostar dela, e quando ela nos diz suas características físicas suas palavras são sempre "Nem alta, nem baixa, nem gorda, nem magra, nem bonita, nem feia. Apenas comum.". Ela deixa claro que não vê nada de mais em si mesma, e eu estou deixando claro agora que isso me irrita profundamente nesses livros. Que tal uma personagem principal que se ache bonita? Que tenha outros problemas consigo mesma que não sejam relativos à sua aparência?
Ou seja, não gostei de Lena. Parece que ela vai melhorar drasticamente nos outros livros, pelo que ouvi, mas essa é a minha opinião agora.
Passando para a escrita, eu tenho que dizer que esperei mais. Não é ruim, não exatamente. É que com todos me dizendo que a escrita era muito poética e bonita, eu esperava algo... Bom, poético e bonito. Mas o que consegui foi uma escrita um pouquinho diferente do "normal", que se me provocou qualquer reação foi a de cansaço mental. Não porque seja difícil de ler, mas por ter tanta informação desnecessária. A autora faz comparações demais. Em todo o parágrafo que a narradora descrevia uma sensação, ela a comparava com alguma coisa. O gosto de alguma comida nunca era o gosto daquela comida apenas, mas de várias outras misturadas. A sensação de nadar não era apenas como nadar, mas como flutuar no espaço em meio às estrelas que vagarosamente explodiam enquanto um navio pirata espacial a seguia pelos confins da Via Láctea, ou algo assim. E ei, eu gosto de comparações, quando elas fazem sentido e são preciosas, mas Lauren Oliver as coloca em todos. os. parágrafos. E eu até entendo como isso pode ter maravilhado algumas pessoas que leram o livro e me disseram que a escrita é ótima, mas eu não consegui ver nada demais.
Um outro ponto negativo da escrita foi a mudança repentina de Lena. Eu gosto quando meus personagens se desenvolvem de forma plausível, e é muito irritante quando não há desenvolvimento nenhum, mas ainda mais irritante é quando esse desenvolvimento é simplesmente inacreditável, súbito.
Lena vai de completamente devota e submissa à sociedade à completamente apaixonada e disposta a lutar contra todos que a queiram parar em pouquíssimo tempo. De repente, ela enxerga tudo como é. Não acreditei nesse desenvolvimento, ele não me pareceu natural de forma alguma.
Uma das coisas que me tocou e perturbou nesse livro foram as relações entre pais e filhos. Os pais não demonstram afeto por seus filhos, então quando eles se machucam na rua e choram, ninguém se importa. Algumas mães mataram seus filhos por eles serem irritantes e não pararem de chorar. É horrível, e eu não sei como como as pessoas dessa sociedade podem achar que isso esteja dando certo, e por tanto tempo. O amor é uma parte muito grande de nossas vidas, e mesmo quando não temos nada, ainda o temos. Se você o tira de nós, o que nós nos tornamos? Máquinas? Zumbis?
Um ponto positivo do livro foram os pequenos trechos no início de cada capítulo, alguns com cantigas, outros com pedaços do Shhh (Suma de hábitos, higiene e harmonia, o livro que eles seguem como sua Bíblia), outros com reportagens sobre o momento em que a sociedade mata os inválidos e cria suas fronteiras... Isso foi bem pensado, uma forma ótima de dar informações ao leitor sem criar um capítulo inteiro só para isso. Um toque bem interessante à estória.
Eu vou continuar lendo a série, é claro. Tenho esperanças de que Lena melhore, e realmente quero saber o que vai ser desta sociedade sem amor. Além disso, não gosto de desistir.

Beijos, etc.

Resenha: Fangirl

de Rainbow Rowell

Fangirl é a estória de Cath, uma menina que está ingressando na faculdade e adora escrever fanfics sobre a famosa série de livros Simon Snow. Simon Snow é uma série fictícia que existe apenas no universo do livro de Rainbow Rowell, então nada de pesquisar os livros pra download na internet. Cath é uma das escritoras de fanfics mais famosas do fandom de Simon Snow. Ela tem uma irmã gêmea, Wren, que sempre fez tudo junto com ela, mas que decidiu que agora que elas iam para a faculdade, talvez elas devessem conseguir quartos separados e tentar descobrir quem elas são sem a outra ao lado (o que é completamente compreensível, ao meu ver). Cath não gosta dessa ideia. Ela e Wren sempre fizeram tudo juntas, e agora que elas estão entrando em uma parte difícil de suas vidas, ela quer se separar?
O livro conta o primeiro ano de Cath na faculdade, e as dificuldades pelas quais ela passa com sua família, seus amigos, e suas novas aulas.
Assim que vi o título desse livro eu me empolguei. Fangirl! Finalmente, um livro sobre mim. Eu esperava me identificar completamente com a personagem principal e com o seu amor e entusiasmo pela série de livros que ela lia, e como já tinha lido Eleanor & Park, da mesma autora, acho que minhas expectativas estavam um pouco altas.
O livro não é ruim, não é isso. Eu só não simpatizei com a estória, ou com os personagens, tanto quanto achei que ia. Cath tem muitas características parecidas com as minhas, como a preferência por estar sozinha na maior parte das vezes, o seu amor pelos livros que lê, alguns pensamentos que ela tem durante o livro... Mas na maior parte do tempo, Cath só me deixou frustrada. Eu entendo que ela é do tipo que sofre calada e toma as dores dos outros, mas tantos dos problemas que ela tinha podiam ser resolvidos se ela apenas falasse sobre eles. Se ela falasse com sua irmã, se falasse com seu pai, se falasse com Nick, se falasse com Levi, se falasse com sua professora... Não estou nem falando sobre a refusa de Cath de escrever a sua estória de 10 mil palavras, pois eu mesma já desisti de alguns trabalhos apenas por não aguentar a pressão de ter que sentar e fazê-los. O que eu me frustra é a forma como ela não parecia nem tentar. Ela simplesmente desiste, e isso eu não entendo. Eu sei que inspiração é difícil e se você não quer escrever alguma coisa, você simplesmente não consegue escrever essa coisa, mas existe uma diferença entre tentar e não conseguir e não tentar. Lembra quando o Yoda disse "Faça ou não faça. Não existe tentativa" ou algo assim? Então. Isso é besteira.
Seguindo em frente... Quando a primeira metade do livro passou e nós entramos no segundo semestre de Cath na faculdade, eu já não aguentava mais ler o livro. Completamente irritada com Cath, não conseguindo ligar para nenhum dos personagens além de sua colega de quarto (não, nem para o Levi eu ligava, apesar de reconhecer que ele até que é bem legal), eu quase desisti. Só continuei lendo pois queria saber o que ia acontecer com Nick no final, e para saber se as gêmeas fariam as pazes.
Um aspecto do livro que poderia ter sido ótimo mas que tornou tudo ainda mais cansativo para mim foram os trechos sobre Simon Snow no final de cada capítulo. As vezes eram trechos dos livros originais, as vezes eram das fanfics, e as vezes eram reportagens sobre o fenômeno que a série foi, mas todos eles me irritaram igualmente. Talvez eu já estivesse cansada demais de ler e não aguentava mais, não sei. Só sei que depois de 30% do livro eu já estava pulando todas as partes que falavam sobre a série.
Apesar disso tudo, o livro é... legal. Serve como entretenimento leve. Só acho que poderia ser umas 100 páginas mais curto sem perder qualquer coisa de sua essência.

Beijos, etc.

Resenha: Heróis do Olimpo #1 - O Herói Perdido

de Rick Riordan

Primeiro de tudo, eu preciso dizer que estou querendo ler essa série já tem muito, muito tempo. Eu nunca consegui, no entanto, por que eu simplesmente não conseguia lembrar de nada que havia acontecido na série Percy Jackson e os Olimpianos, e como essa série trata da profecia que foi dita por Rachel no final do outro livro, eu senti que eu queria lembrar bem de tudo antes de seguir em frente, para Heróis do Olimpo. O problema é que vida de leitor é complicada, e eu tinha várias coisas pra ler. Eu sempre tenho várias coisas pra ler, amém. E eu nunca achei tempo para reler cinco livros e só então começar mais uma série.
Ultimamente, no entanto, resolvi que era a gota d'água. Estava recebendo muitos spoilers e a vida não estava mais funcionando pra mim sem essa série, então tomei coragem e dei uma relida super rápida naqueles cinco.
Vamos ao que interessa?
Não vou dar uma sinopse longa, porque todo mundo já sabe sobre o que a série é. Nesse primeiro livro, nós nos deparamos com três personagens completamente novos: Jason, Piper, e Leo, e acompanhamos suas lutas para completar uma missão, enquanto cada um tenta lidar com seus próprios problemas. Jason, sem nenhuma memória; Piper, que desde o iníciozinho deixa claro que está sendo ameaçada por alguém que diz que ela terá que trair os seus amigos se quiser ver seu pai de novo; e Leo, com segredos sobre suas habilidades e um passado um tanto... interessante e perturbador.
Eu não percebi, até ler este livro, o quanto eu sentia falta da escrita de Rick Riordan e de todo o conhecimento que ele joga em suas páginas. Antes que você perceba, tem o mito de vários deuses e heróis memorizados em sua mente, e está indo buscar algo no Google de 20 em 20 minutos. Também não havia percebido o quanto sentia falta de Annabeth e Percy, e a falta de Annabeth foi resolvida, já que ela está aqui (mesmo que por um pequeno período de tempo), mas a falta de Percy não, já que ele está perdido por aí (todo mundo sabe disso, certo? Certo. Todo mundo sabe que o Percy não está nesse livro, ninguém consegue fugir dos spoilers. Eu não consegui).
Os novos personagens são muito bons. O "pai divino" de Jason estava óbvio desde SEMPRE, e o de Leo foi revelado antes que pudéssemos teorizar, mas eu demorei bastante com o de Piper. Só descobri mesmo quando já estávamos perto da parte onde todos descobrem, então... Sem méritos para mim.
Jason se parece um pouco com o Percy, mas não é tão sarcástico ou abusado ou engraçado, e eu sinto que eles vão bater de frente assim que tiverem a oportunidade. Na verdade, eu espero. Adoro briga. Piper é corajosa, apesar de ter me deixado um pouquinho irritada em certos momentos, e suas habilidades são muito úteis. Leo é um amor. Rapidamente eu me vejo querendo segurá-lo no colo e dizer que tudo vai ficar bem, que ele é tão bom quanto os outros, e que ele vai conseguir prosperar.
Em resumo, bons personagens. Ótimo enredo. Tudo muito bem amarrado. Como sempre.
Eu gosto principalmente da forma como Rick deu a cada um os seus 15 minutos de fama, por assim dizer. Ou seja, ele não deu mais atenção à um semideus ou à outro, todos os três são igualmente importantes na missão, todos os três ajudam, todos os três são poderosos.
Adorei os deuses, ninfas e etc nesse livro. Rick escreve de uma forma que faz com que nada pareça forçado demais (só um pouquinho, só as vezes, só raramente, e mesmo assim da forma mais divertida possível), e numa série sobre filhos de deuses com poderes especiais isso é bem difícil. Até as cenas de luta parecem naturais.
*suspira* Eu realmente senti falta disso.
Recomendo essa série a todos que leram Percy Jackson, e recomendo a todos que não leram Percy Jackson que vão ler imediatamente. Mas a quem eu estou enganando? Todo mundo já leu esse livro. Eu sou a última.
De qualquer forma, para o Filho de Netuno nós vamos, na esperança de conhecer os outros membros dos sete, e rever o Percy.

Beijos, etc.

Resenha: Legend #1 - Legend

de Marie Lu

Legend se passa em uma sociedade distópica, como metade de todos os outros livros atuais que estão sendo lançados (não que eu esteja reclamando, adoro distopias, e se precisamos de algo que seja moda, é melhor que sejam distopias, e não vampiros). Nele, os Estados Unidos foram divididos em duas partes: a República e as Colônias. Nossa estória se passa na República, onde todas as pessoas, ao atingirem uma certa idade (se me recordo bem, 12 anos) fazem um teste de aptidão, que decide pra que escola elas irão, qual cargo elas irão ocupar, e etc., e os que falham o teste são mandados para trabalhar no campo.
O livro mostra o ponto de vista de dois personagens diferentes: Day e June. Day, um menino que vem de família pobre, que falhou no seu teste de aptidão e fugiu, e que é o criminoso mais procurado da República apesar de ter apenas 15 anos, e June, que tirou a nota máxima em seu teste, que vem de família rica e influente, e que já tem um cargo militar elevado garantido apesar de também ter apenas 15 anos. Basicamente, dois personagens opostos.
A estória começa com June recebendo sua primeira missão: capturar o criminoso Day.
Esse livro é basicamente um apanhado de vários outros livros aglomerados em uma estória só, mas que ainda assim, de alguma forma, consegue ser original. Em vários pontos desse livro me peguei pensando “ei, essa ideia vem de livro tal”, mas ao invés de irritar, isso apenas faz com que você sorria em admiração à Marie Lu por conseguir criar algo bom de várias coisas já existentes.
Além disso, a escrita é muito boa. O livro tem cenas de ação o tempo todo que, mesmo que recorrentes, não parecem forçadas. Eu senti que tudo o que aconteceu tinha um propósito ali, nada estava sendo descrito a toa.
Todos os personagens são bem construídos e interessantes, e se desenvolvem ao longo do livro de forma satisfatória. É difícil, as vezes, encontrar livros com personagens que se desenvolvam de forma plausível, que não mudem de opinião do nada só para o bem da estória, e nesse livro isso foi muito bem feito.
Sobre a relação entre Day e June, ouvi muitas pessoas dizendo que foi “Instalove” (amor instantâneo), que eles não tinham uma razão para se sentirem daquela maneira um pelo outro, foi muito forçado, etc..., mas da maneira como eu entendi o livro, não foi nada disso. Não foi amor instantâneo, foi atração física instantânea, e isso acontece, galera. Você pode se sentir fisicamente atraído por outra pessoa, sem precisar conhecê-la, sem precisar de uma razão específica. Você olha pra alguém e pensa "ei, que pessoa bonita. Eu gostaria de fazer a batalha das bocas com ela". E vamos lá né gente, June descreve Day como um cara muito atraente, e o desenho que a própria autora fez do personagem sugere a mesmíssima coisa. Eu também estaria atraída por ele, sério. E o Day também não diz nada diferente de June. Ou seja, dois adolescentes hormonais e atraentes correndo pelas ruas e tentando ser um mais esperto que o outro, claro que “vai dar namoro”.
De qualquer forma, já mencionei como adorei o modo como Marie Lu fez o desenvolvimento dos personagens, sendo o maior deles o desenvolvimento de June. Durante o livro, ela passa por coisas que a fazem perceber que a República não é nem de perto o local maravilhoso que ela achava que fosse, e nós acompanhamos sua relutância em ir contra o que sempre acreditou, em se rebelar. Eu adorei isso, pois a opinião de uma pessoa não muda da noite pro dia, mas sim como algo gradual, e Marie Lu soube descrever a opinião de June muito bem.
As mortes do livro me chocaram completamente, e fiquei triste com todas elas. Uma delas acontece beeeem no início, com um personagem sobre o qual eu adoraria ter sabido mais, mas que morre cedo.
De forma geral, o livro é uma das melhores leituras do ano. Ouvi dizer por aí que a tradução não é boa (poxa, Rocco), e sei por experiência que as mudanças de fonte de um capítulo para outro para representar June e Day de formas diferentes podem se tornar bem cansativas (apesar de isso não ser culpa da Rocco), mas fora isso é tudo uma maravilha. Acontecem MUITAS outras coisas interessantes que nem citei aqui, só pra não dar spoiler. Mal posso esperar para saber mais sobre as colônias e os patriotas. Prodigy, aqui vou eu.

Beijos, etc.

sábado, 19 de outubro de 2013

Resenha: Eleanor & Park

de Rainbow Rowell

Eleanor & Park é um romance contemporâneo sobre dois "excluídos". Park, um menino descendente de asiáticos (por parte de mãe) com uma reputação frágil na escola, construída lentamente através do tempo, e Eleanor, uma menina nova no local, ruiva, que veste roupas estranhas e não parece ligar para o que os outros pensam dela.
Eles se conhecem no ônibus, no primeiro dia de aula de Eleanor. Ela tem problemas para achar um lugar para sentar, e eventualmente Park fica com pena dela e manda ela sentar ao seu lado. A partir daí, eles vão vagarosamente desenvolvendo uma amizade, que se transforma em um romance. Tudo isso regado de problemas familiares e momentos realmente dolorosos de se ler.
O livro é muito, muito fofo. O amor entre eles se desenvolve de uma forma tão natural e bonita que não tem como você não torcer por eles e suspirar aliviadamente sempre que algo dá um pouquinho certo. Eles encontram muitas dificuldades, é claro, e eu bufei de raiva em vários pontos, mas vale muito a pena ler.
Eu não reparei muito na escrita da autora porque estava ocupada demais lendo freneticamente só para saber o que ia acontecer, e isso é um ótimo sinal. Isso significa que eu estava tão dentro do livro que nada podia me tirar dele, e é difícil encontrar pessoas que escrevam assim, de uma forma que te prenda tão completamente. Ou seja, Rainbow é uma boa escritora, ou pelo menos foi, nesse livro. Nenhuma decepção aqui.
Sobre os dois personagens principais, eles são muito bem desenvolvidos, muito bem pensados. Eles parecem pessoas de verdade. Todos os personagens do livro parecem pessoas de verdade. Isso tendo sido dito, eu não tenho certeza se gostei da mocinha, Eleanor.
Ela me parecia insegura demais. Como uma personagem, ela é ótima, mas como uma pessoa, eu só tenho vontade de dar um tapa amigável na testa dela e falar "pare de duvidar, droga!". Ela parecia tão cética quanto ao romance entre ela e Park, e isso ficava tão cansativo em algumas partes... Eu estava cansada de ouvir "Park é a uma luz na minha vida que vai se apagar eventualmente, e eu tenho que aproveitar isso enquanto dure". Ok, ela não disse isso, exatamente, mas seu pensamento foi esse. Ela estava o tempo todo esperando que tudo fosse acabar, assumindo que tudo fosse acabar, sem esperança alguma. Não vai acabar, Eleanor! Não necessariamente. Não se você não deixar acabar. E no final, ela me deixou muito, muito frustrada com algumas coisas que fez.
Park, por outro lado, é maravilhoso, eu não tenho nada além disso para dizer sobre ele. Sua família é ótima (principalmente sua mãe), e representa um total oposto à família de Eleanor.
Todos os personagens desse livro são bons personagens. Não boas pessoas, opa, não me entenda errado, mas bons personagens. E ei, no final, eu até passei a "simpatizar" com alguém que eu não gostava antes! Pontos bônus.
Se eu tivesse que dar estrelas ao livro, eu daria 4, por toda a atmosfera pesada presente nele que me fez mal enquanto eu o lia, e pelo final, que foi... Ok? Satisfatório, de uma forma geral? Decente? Mas não o que eu esperava, ou queria.
Mas ei, o livro é muito fofinho, e eu recomendo sim.

Beijos, etc.

Resenha: Mara Dyer #1 - The Unbecoming of Mara Dyer

de Michelle Hodkin

Cinco milênios depois de terminar de ler, eu faço uma resenha.
A série Mara Dyer é como um terror psicológico leve (eu achei leve), com o primeiro livro da trilogia sendo The Unbecoming of Mara Dyer (A Desconstrução de Mara Dyer, no Brasil). Mara e seus amigos estavam em um hospício abandonado, à noite (burrice, idiotice, coisa de adolescente americano), quando o lugar desabou, e ela foi a única sobrevivente, mas ela não tem lembrança nenhuma de como ou por quê o acidente aconteceu. Após ter se recuperado, Mara e sua família se mudam, pois Mara não pode mais suportar viver e estudar no mesmo lugar com a constante memória dos amigos a atormentando.
Ela passou por um grande trauma, e isso traz consequências. Mara começa a ter alucinações durante o livro, e a autora te leva para tão dentro da estória que você, assim como Mara, não sabe o que é real.
Mara não é uma narradora confiável. Ela vê algo e você pensa que é verdade, e logo depois pensa que é mentira, só para voltar a acreditar que tudo era verdade de novo. Ela te confunde. O livro é como estar enlouquecendo, você mesmo.
Em vários momentos eu me peguei pensando: "mas será que isso aconteceu mesmo?" E muitas vezes me surpreendi com a resposta.
Além disso, temos o enredo do livro em si, que fala sobre a adaptação de Mara à uma nova escola, com novos amigos, novos inimigos, e um novo namorado em potencial, é claro. Noah é um garoto cheio de si que rapidamente nota a presença de Mara e começa a segui-la pela escola, o que eu a princípio não gostei, mas seu interesse súbito nela foi, felizmente, explicado.
Eu gostei muito de Mara e Noah. Não liguei muito para a relação entre eles (espero que isso mude nos próximos livros) mas liguei para Mara e Noah separadamente. Você aprende a gostar deles, mesmo que as vezes suas personalidades sejam difíceis.
A família de Mara foi uma das ótimas partes do livro. Nós conhecemos bem seus pais, e até o trabalho deles, e também conhecemos seus dois irmãos (os dois melhores personagens do livro, eu diria).
A escrita de Michelle é simples e boa. Ela flui de uma forma fácil e o mistério do livro te prende por si só. Eu meio que estava esperando que a narrativa fosse no presente (como todos os outros malditos livros hoje em dia), mas não é.
Com certeza lerei os outros, e não só por que odeio deixar uma série inacabada. Mal posso esperar para que os mistérios (que são muitos) se resolvam. Realmente, essa série parece ser muito interessante.

Beijos, etc.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Resenha: Maze Runner #3 - The Death Cure

de James Dashner

Mais conhecido como A Cura Mortal, terceiro e último livro da trilogia The Maze Runner. Não acho que precise dizer que essa resenha tem spoiler dos dois livros anteriores, né?
Nesse livro, começamos quase imediatamente após A Prova de Fogo (The Scorch Trials). Se não me engano, umas três semanas depois. Thomas e o resto dos Gladers estão "presos" no prédio da WICKED, e se deparam com a escolha: deixar que eles façam uma operação em seus cérebros para que suas memórias voltem, ou permanecer na escuridão e tentar lutar?
Antes de ler esse livro, antes mesmo de começar a série, eu procurei algumas resenhas, de cada livro, e li. Só pra saber se era bom, se o final era satisfatório, etc. Todas me disseram a mesma coisa: vale a pena ler a série, mas não espere nada de mais do final.
Então comecei a ler, adorando os dois primeiros livros, e sem esperar NADA desse último. De cara já sabia que muitas perguntas não ficariam respondidas, e que o ritmo mudaria bastante em A Cura Mortal.
Talvez por ter esperado tão pouco, me surpreendi. Não digo que foi um final ótimo, eu acho que a série começa ótima, fica boa e termina ok, mas o final não é tão ruim quanto todas as resenhas que vi me fizeram acreditar. Na verdade, ao terminar de ler esse livro, me senti até bem satisfeita com a forma como ela tinha terminado.
E sim, talvez eu tenha sentido em certas partes que o autor, apesar de manter o ritmo de ação e rapidez na narrativa o tempo todo, estava meio confuso quanto ao que fazer nesse livro, quanto ao que os personagens iam decidir, mas ainda assim tudo me pareceu plausível (tirando o Thomas, mas eu falo sobre isso daqui a pouco).
Algumas perguntas realmente ficam sem resposta, mas achei que as coisas mais importantes, as perguntas principais, foram explicadas, e o final mesmo, o destino de todos os personagens que restaram, foi satisfatório. Eu gostei.
Minhas únicas reclamações além da mais óbvia (cadê o resto das respostas?) são: por que insistir na personagem chata que é a Brenda, por que insistir na raiva do Thomas em direção à Teresa, e por que, por QUE, diminuir o nível de inteligência do Thomas no último livro pra quase zero?
Sério, quão burra uma pessoa pode ser? Se o Thomas no primeiro livro me pareceu um personagem ok e no segundo ele me irritou um pouco com todas as reclamações, nesse livro eu o achei simplesmente insuportável. Nenhuma das suas decisões pareciam tomadas com inteligência, e sim com raiva, angústia, algo negro em seu coração que talvez tivesse explicação depois de tudo que ele passou, mas nem sempre tinha. Algumas ações que ele toma ao decorrer do livro me fizeram querer gritar e atirar o livro longe (o que só não fiz pois estava lendo no celular, e eu preciso do meu celular pra outras coisas). Thomas, para de reclamar um segundo, e vai fazer o que você tem que fazer. Nenhuma das suas decisões está fazendo sentido, e todas elas estão te colocando em problema! Juro pra vocês, todo o desenvolvimento que o Thomas parecia ter tido nos outros livros some nesse aqui.
Nunca me senti tão frustrada com um personagem principal na vida. Tá, talvez já tenha, mas o Thomas com certeza entra pra lista dos 10 mais.
A Teresa continua sendo um zero à esquerda pra mim. Nunca liguei pro que acontece com ela. Gostaria de ter visto mais dos outros personagens que gostei no livro anterior, Harriet e Sonya, mas se elas falam duas frases nesse livro, é muito. Mesmo Aris quase não aparece. Ao invés disso, nos focamos principalmente em Brenda, Thomas, Minho (eterno amor da minha vida), Newt (eterno amor da minha vida número 2) e Jorge.
Apesar desse infeliz regresso na qualidade dos personagens e da infeliz falta de algumas respostas, o livro é bom. Tem ação o suficiente para não te deixar entediado, muitas cenas perturbadoras, bastante gente doente indo à loucura, e a quantidade suficiente de respostas sobre o tema principal para não te deixar com muita raiva, ou muito curioso.
Claro que não é tão bom quanto o segundo, e nem de perto tão bom quanto o primeiro, mas ainda assim um final decente para uma ótima série.
Dizem por aí que você não pode considerar que terminou essa série se não ler o prelúdio, Ordem de Extermínio, que explica como tudo começou e tem alguns personagens novos, então minha próxima leitura vai provavelmente ser essa.

Beijos, etc.

domingo, 21 de julho de 2013

Resenha: O Circo da Noite

de Erin Morgenstern

O livro tem, basicamente, três estórias acontecendo simultaneamente.
A principal, que é a do jogo, do desafio entre esses dois magos poderosos, um que acredita que a mágica que já está presente nas pessoas é melhor e mais poderosa, e outro que acredita que a mágica ensinada pode atingir níveis muito maiores de grandeza. Esses dois mágicos tem cada um seu pupilo, Celia Bowen e Marco Alisdair, e desde pequenos Celia e Marco aprendem sobre esse desafio pelo qual eles vão ter que passar, mas não sabem o porque dele, o quando, o como ele será feito ou terminado, quem é seu adversário, nada.
A segunda estória é a de Bailey, um menino que visita o circo algumas vezes e faz amigos lá dentro, e sua estória se desenvolve aos poucos.
E a terceira é você.
No livro, existem alguns pequenos capítulos em que a autora descreve você, e suas reações, ao ver e entrar no circo. Ao sentir o cheiro, ao comer as coisas, ao ver as atrações, etc. Essas pequenas partes te deixam completamente imerso no livro, e mesmo que eu não goste muito de autores me dizendo como eu estou me sentindo, esse recurso funciona extremamente bem nesse livro.
O Circo é diferente. Não tem palhaços e nem essas atrações comuns que você vê em circos por aí, e não é uma única tenda, mas várias tendas, cada uma com uma coisa completamente diferente e inacreditável e mágica na parte de dentro.
A primeira coisa que vou dizer é que eu simplesmente amei esse livro. A escrita de Erin Morgenstern é linda, me fez acreditar de verdade que eu estava lá, com os personagens, passando por tudo aquilo, e cada vez que ela descrevia uma tenda nova eu suspirava e pensava em como seria bom ter algo assim no mundo real. Nenhum detalhe escrito no livro me pareceu inútil, eu queria saber tudo, tudo que a autora tinha para me contar sobre aquele lugar maravilhoso, preto e branco, com cheiro de caramelo, que eu nunca poderia visitar.
A maioria das críticas negativas sobre esse livro dizem que o desafio não foi nada do que os leitores estavam esperando, mas como eu não esperava nada, só deixei o livro me levar, não me irritei. Confesso que assim que descobri o que o desafio realmente era, achei a ideia genial. Eles não machucariam ninguém no processo (além de talvez eles mesmos) e o circo só ficaria cada vez melhor e com tendas mais maravilhosas.
O final é, sim, um pouquinho confuso, mas eu acho que entendi, e apesar de não ser o que eu estava esperando, eu gostei.
Hector Bowen, o pai de Celia, é provavelmente a pessoa mais detestável com a qual já tive o desprazer de me encontrar. Nem o homem de terno cinza me irritou (eu na verdade fui capaz de o compreender e até simpatizar com ele), mas Hector? Não. Tudo que eu queria era a sua morte.
Eu não sei mais o que dizer sobre esse livro, além do que tem estado na minha cabeça desde que o terminei: com certeza vai para minha lista de favoritos.
Raras vezes me deparei com livros que eu senti que precisava ler devagar, e mais raro ainda é eu desejar que um livro nunca acabe, e já que esse livro me fez sentir ambas as coisas, sinto que ele merece algum tipo de reconhecimento diferente da minha parte.
O tempo todo, ao ler esse livro, eu pensava: "mágica. Esse livro é como mágica", e eu não consegui largar.
Sei que nem todos vão ter essa opinião, e entendo, mas acho que todos deviam pelo menos dar uma chance à escrita de Erin Morgenstern.
Espero que a autora escreva mais coisas que mexam comigo como esse livro mexeu.

Beijos, etc.

Resenha: Insurgente

de Veronica Roth

Ok! Confesso que tem algumas semanas desde que terminei esse livro, e a falta da resenha era só preguiça, mas aqui está.
Aviso que essa é uma resenha do SEGUNDO volume da série Divergente, então spoilers sobre o primeiro livro são inevitáveis.
Nós começamos imediatamente onde paramos no final do primeiro livro. Tris num trem com Four, Caleb, Marcus e Peter, indo para onde a facção da Amizade está ajudando todos os refugiados da "guerra". O símbolo na capa do livro é o símbolo dessa facção, se não me engano, porque são eles que plantam as coisas e estão a cargo das fazendas nas fronteiras que abastecem a sociedade em si.
Não vou dar um resumo, ou uma sinopse, porque né, preguiça. Resumo, sinopse, isso tudo tem pela internet. Mas basta saber que o livro é basicamente uma corrida maluca em todas as facções sobre as quais não sabíamos quase nada e aprendemos aqui.
Vou começar dizendo que Insurgente foi bem melhor do que Divergente, em matéria de construção de mundo. Ainda acho a sociedade meio bagunçada, uma coisa que não foi muito bem pensada, mas agora pelo menos posso dizer que entendo PORQUE  essa sociedade é assim, desorganizada. O final, o finalziiiinho, é a parte mais interessante do livro, e responde duas ou três das perguntas que eu fiz na outra resenha.
Nesse livro nós aprendemos mais sobre os sem facção, EBA. Sério, eles são a coisa que mais me interessa no livro inteiro. Foi legal ver que eles estavam planejando sim uma revolução e só esperando o momento certo para atacar, isso foi muito inteligente da parte deles. Palmas, amigos, palmas para sua inteligência.
Ainda acho que não faz o mínimo sentido promover a desigualdade entre cidadãos fazendo eles se dividirem em facções e que é burrice achar que todo mundo tem uma qualidade entre cinco que se sobrepõe às outras, mas eu não acho que os criadores dessa sociedade tiveram muito tempo pra pensar no que eles estavam fazendo, o que é uma coisa que você também entende ao ler o livro.
A relação entre Tris e Four, que eu meramente aceitei no livro anterior por esse ser, afinal, voltado para o público feminino jovem, ficou mais acreditável nesse livro, apesar de todas as dificuldades pelos quais os dois passaram. No livro anterior, a relação deles era só fogo nas partes íntimas. Nesse livro, eu senti como se eles realmente estivessem se conectando melhor, o que eu gostei.
O único problema é que parece denominador comum em todas as trilogias YA que o casal principal precisa passar por 5 mil provações no segundo livro. Gente, pra quê, se já tem tanta correria acontecendo? Foi realmente necessário que os dois mantivessem tanta coisa um do outro? Não. Foi necessário que tantas mentiras fossem contadas assim, na cara de pau? Não. Foi necessária toda essa angústia e frustração? Não. Mas teve tudo isso enchendo linguiça e adicionando páginas que eram, francamente, desnecessárias ao livro.
Pelo lado bom, conhecer melhor as outras facções foi super interessante. Ver como Franqueza e Amizade funcionam foram minhas partes favoritas do livro, porque a curiosidade que senti no outro (mais o tédio de estar só na Audácia o tempo todo) foram gigantes.
Sobre a escrita, não tenho muito a adicionar ao que já disse na resenha do anterior. Odeio narrações no presente, mas estou me acostumando, porque vários livros hoje em dia estão sendo escritos assim, e eu não consigo escapar deles. Mas o livro flui bem rápido e é na verdade bem fácil e legal de ler, uma vez ignorada minha frescura.
Os personagens continuam sendo muito bem construídos (isso é algo que eu reconheço, apesar de ter gostado ainda menos da Tris nesse segundo) e com personalidades reconhecíveis e diferenciáveis das dos outros, algo que vem sendo mais e mais difícil de se achar em livros hoje em dia, onde todos os personagens parecem ou todos iguais ou diferentes mas estereotipados.
De novo nos deparamos com a festança de morte. Veronica, amada, não é necessário matar gente a torto e a direito pra fazer seu livro real ou intenso, você pode matar uma ou duas pessoas e pronto. Ou tornar seu livro intenso de outra forma.
E Tris, querida, você precisa de uma arma. Sua vida está sendo constantemente ameaçada todos os dias, e você acha que uma simples faca vai resolver? Deixe seu trauma de lado e pense na sua proteção, esse é o meu recado para você.
Então, no todo, eu gostei de Insurgente. A sociedade foi meio que explicada (apesar de algumas perguntas permanecerem), me deixou interessada no próximo livro, os personagens tiveram uma quantidade decente de desenvolvimento, e não parece cair na Síndrome do Segundo Livro. Todos ganham.
E todos respiram felizes agora que Ana fez uma resenha que não reclamava do livro o tempo todo.

Beijos, etc.

Resenha: Anna e o Beijo Francês

de Stephanie Perkins

Basicamente, o livro é sobre uma menina, a Anna, que vai estudar em Paris um belo dia, deixando seus amigos e seu quase-talvez namorado para trás, e lá ela se apaixona por outro cara, o St. Clair.
Esse livro é ótimo pra quem só quer uma coisa leve para os deixar felizes, que seja rápida de ler e sem muita confusão.
Honestamente? Eu tentei ficar o mais longe possível desse livro. Quer dizer, olha essa capa! Existe algo que grite "YA meloso" mais alto do que essa capa? (e nem vem com "não julgue um livro pela capa", porque ela é extremamente importante para a propaganda do livro ok, todo mundo tinha que se preocupar com a capa). E o título diz "beijo francês". Sério, gente, sério.
MAAAS em todos os vlogs de livros que vejo as pessoas estavam falando sobre isso. Anna and the French Kiss isso, Anna and the French Kiss aquilo, e não vi NENHUMA resenha negativa. O que as pessoas diziam era "eu achei que esse livro ia ser muito ruim, mas agora ele virou um dos meus romances contemporâneos favoritos" e "oh meu deus que livro ótimo", "oh meu deus que personagens maravilhosos". Então eu resolvi ler, porque né, sou uma pessoa flexível e disposta a dar a cara a tapa. E li.
Já vou começar pedindo desculpas a quem amou esse livro e o tem como favorito, mas sinceramente? O que tem de mais?
Tá, o livro é alegre, romântico, as imagens que ele te dá de Paris são boas, o livro acaba bem, mas... Me deixou um pouco desconfortavel.
Não desconfortável no mesmo sentido que os livros do Stephen King me deixam desconfortável, mas no sentido de que os personagens eram pintados pela autora como essa pessoa perfeita, mesmo que a seu próprio modo, quando não eram perfeitas nem de longe. Se a autora tivesse reconhecido, ou demonstrado saber, que seus personagens tem falhas, tudo estaria bem.
Não vou nem entrar na idealização que Anna faz de St. Clair (e o livro, por ser em primeira pessoa, nos força a idealizá-lo também e sentar por páginas e páginas de Anna pensando em como o cabelo dele é perfeito), mas vou falar de Anna.
Anna não tem desenvolvimento algum durante o livro. Ela termina sendo a mesma pessoa que conhecemos quando o livro começou. E ela também é um pouco má, mesmo que não perceba isso, e o único exemplo que consigo pensar agora é quando ela conhece Ellie, a namorada de St. Clair.
Anna está em Paris a sei lá quantos meses (com internet, diga-se de passagem), e não tenta aprender francês sozinha. Ela não COME direito por dias por não saber como pedir o café da manhã em francês, e mesmo assim não pensa em procurar as palavras na internet? Parece que ela simplesmente quer que as coisas se resolvam sozinhas, que o francês apareça magicamente em sua mente um dia (o que acontece, mais pro final, quando ela entende uma conversa INTEIRA em francês. QUÊ? Ela não sabia nada duas semanas atrás!)
Epa, peraí, eu disse que Anna não tinha nenhum desenvolvimento durante o livro? Deixe-me corrigir: ela aprende francês do nada.
Outra coisa que me incomodou nela: a constante pena de si mesma que ela sente. Cara, você tá em Paris. Para de reclamar de como Paris é ruim e você odeia estar aqui, e relaxa. Vai conhecer a cidade. Vai ter novas experiências. Ficar sentada reclamando da vida não é legal pra quem tá lendo sua estória.
Sabe o que mais não é legal? Esquecer que existem outros personagens. Em certo ponto do livro você vai notar que a autora esquece que existem outras pessoas no mundo além de Anna e St. Clair. Poxa, eu queria saber mais sobre a Meredith. Eu queria saber porque o John falta tantas aulas. Eu queria saber MAIS.
Uma última crítica: o final. Sabe como todo livro tem aquele momento em que tudo dá errado ao mesmo tempo, mas vai se consertando? Então, esse livro também tem isso, claro. Mas as coisas não vão se consertando, elas simplesmente estão certas de um capítulo pro outro. Sério. O resolvimento das coisas  no final foi tão repentino que eu tive que voltar e ver se era aquilo mesmo. Parece que tinha prazo pra entregar o livro e não deu tempo de desenvolver as coisas. Tudo dá errado, você vira a página, e tudo está certo. Gente, sério.
Apesar de tudo o livro é divertido. Dá pra ficar entretido por algumas horas. É bom pra quem saiu de algum livro muito desconcertante e precisa levantar, dar uma sacudida pra poder voltar a ler direito.

Beijos, etc.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

TOP 10 séries que comecei e (ainda) não terminei

Já que são muitas, porque não falar sobre elas? Eu na maioria das vezes não leio livros tão rápido a ponto de fazer uma resenha por semana, e quando leio, leio rápido demais para ter paciência para fazer uma resenha sobre cada um deles. Isso significa que as vezes o blog fica sem post por um tempão, de um jeito ou de outro, e talvez os top 10 ajudem um pouco.
Então, vamos.




As Crônicas Lunares - Marissa Meyer

Essa série vem em primeiro lugar, porque é a primeira vez que não quero ler um livro por medo do tempo que vou ter que esperar até o próximo sair. Li Cinder (e até fiz resenha, olha que amor), o primeiro da série, e estou doida para ler Scarlet, mas o próximo só sai ano que vem! Acho isso tortura desnecessária.
Não vou ficar dando resumo dessa série porque né, a resenha tem. Mas de qualquer forma, recomendo muito, e espero que a Marissa lance logo os outros.







Divergente - Veronica Roth
Eu sei que minha resenha de Divergente não foi muito amigável, mas o livro é legal, gente. E em Insurgente fica bem melhor (já li, só falta resenhar, mas e a preguiça?). Responde algumas daquelas minhas perguntas de forma quase satisfatória e deixa um cliffhanger, e é por isso que vou ler Allegiant, o terceiro e último (a não ser que a autora dê a louca, vamos torcer para que não) livro da série. Fiquei curiosa para saber como tudo vai se resolver, apesar de não ser louca pela série como todos parecem ser.




As Crônicas de Gelo e Fogo - George R.R. Martin

Não pode faltar, né? Só não coloquei em primeiro lugar porque tenho raiva do Senhor Martin. Espero ainda estar viva quando o último livro sair, porque do jeito que demora... Odiaria perder o final que ele vai criar para todos esses personagens que fez. Não tem resenha da série no blog pois comecei a ler muito antes de ter esse blog, e a) não vou ler de novo pra resenhar, os livros são gigantes e b) resenhar a partir do quarto livro não tem graça. Basta que fiquem sabendo que meus personagens favoritos são Jaime e Brienne e que torço para que Margaery, Sansa e Dany se juntem e governem a porra toda como um trio no melhor estilo Meninas Super Poderosas. Ah, e que nem de longe lembro o nome de todos os personagens, estórias e lugares tão bem quanto deveria, fazer o quê?







A Passagem - Justin Cronin
Comprar livro sem saber que tinha continuação, quem nunca?
Não vou nem falar sobre o desgosto que a discrepância entre as capas do volume 1 e do volume 2 me deram, mas a série é realmente ótima. O autor tem um pequeno problema em chegar ao ponto, o livro enrola um pouquiiiiiiiiinho no início, mas é ótimo de qualquer forma, e preciso ler o segundo, que já tenho, e o terceiro, que ainda não saiu.






Desventuras em Série - Lemony Snicket

Já tá até me dando vergonha não ter terminado isso ainda. Comecei a ler em 2009, e até hoje nada. E não é como se os livros fossem grandes, eles são minúsculos! Mas é que a escrita, apesar de ser bem gostosa de ler e muito engraçada, fica um pouco repetitiva, e ler mais de dois livros desse de uma vez simplesmente não rola. Estou lendo, nesse momento, A Gruta Gorgônea, o livro Undécimo. Quase lá galera! Eperem por mim na linha de chegada.
E se você não quer ler essa série porque a acha infantil, bom... Ela é um pouco infantil, mas apenas superficialmente. A série mesmo é bem triste, confusa, e misteriosa, e ele apenas a torna mais leve com sua escrita sarcástica que tem umas sacadas que as vezes me fazem rir e ter raiva de mim mesma por não ter pensado naquilo antes. Conclusão: preciso terminar.




As Crônicas de Arthur - Bernard Cornwell

Apaixonada pelas lendas arturianas e sofrendo de depressão pós BBC Merlin, peguei esse livro pra ler. Confesso que terminei de ler depois que o blog foi criado, mas não fiz resenha simplesmente por não saber o que dizer sobre ele. Eu faço resenha sobre os livros que me despertam mais do que um sentimento simples. Não simples no sentido de não ser intenso, mas simples no sentido de ser um sentimento só. No caso desse, tive um sentimento intenso de ter gostado do livro, e isso é tudo que tenho a dizer (além de que não sei pronunciar nenhum daqueles nomes, nossa). Talvez eu faça uma resenha da série inteira quando terminá-la, mas os livros individuais vão ficar sem resenha mesmo. É um livro ótimo e muito bem escrito, e isso é que tenho pra falar sobre o assunto.




O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams
Pois é, ainda não li essa série toda. Li o primeiro e adorei, achei super divertido, e fiquei encantada, mas ler o segundo que é bom, até agora nada. Não tenho nenhum motivo além do clássico: esquecimento. Eu esqueço todo dia de baixar (na cara de pau, sem vergonha nenhuma, vou comprar eventualmente mesmo), e quando lembro já tô no meio de outro livro. Mas prometo que vou baixar assim que terminar de escrever isso. Talvez.






Unearthly - Cynthia Hand

Não quero falar muito sobre esses livros agora, já que já comecei o último e vou fazer uma resenha dos três em breve, mas basta dizer que estou gostando bastante e que é meu primeiro contato oficial com literatura sobre anjos.









The Maze Runner - James Dashner
Minha série linda e amada que começou ótima e foi baixando o nível, infelizmente, mas que eu ainda adoro. Já estou quase no meio do terceiro e último livro, e aí só vai faltar o prelúdio. Ah, o cheiro fresco de séries quase terminadas. Esses tem resenha! (1) (2)







A Mão Esquerda de Deus - Paul Hoffman

Pouquíssimas pessoas que conheço leram essa série, e nenhuma delas conheço pessoalmente. Se não me engano, é uma trilogia, e o último livro ainda não saiu. O segundo, As Últimas Quatro Coisas, saiu aqui em 2011, e eu comprei na Bienal por um mini preço porque a Bienal é linda e todos os livros que eu queria estavam baratos. A série em si é extremamente bem escrita e interessante, e eu não me lembro de NADA.
Preciso reler o primeiro, para então ler o segundo, e planejo fazer isso muito em breve, mas me lembro de ter adorado, e de ser algo sobre um menino com ótimos instintos assassinos, que vive em um internato extremamente religioso, internato este que treina seus meninos como soldades, até que o principal (Cale? Cale.) foge. E aí eu não me lembro mais.



Esse foi o meu TOP 10 séries que comecei e pretendo terminar. É claro que comecei e não terminei muito mais séries do que isso, mas não quero terminar muitas delas, como Soul Screamers, Sociedade Secreta, Pretty Little Liars, e outras, então fica por isso aí mesmo. 
Talvez eu faça outro top 10 quando me der preguiça de fazer resenha.

Beijos, etc