Legend se passa em uma sociedade distópica, como metade de
todos os outros livros atuais que estão sendo lançados (não que eu esteja
reclamando, adoro distopias, e se precisamos de algo que seja moda, é melhor
que sejam distopias, e não vampiros). Nele, os Estados Unidos foram divididos
em duas partes: a República e as Colônias. Nossa estória se passa na República,
onde todas as pessoas, ao atingirem uma certa idade (se me recordo bem, 12
anos) fazem um teste de aptidão, que decide pra que escola elas irão, qual
cargo elas irão ocupar, e etc., e os que falham o teste são mandados para
trabalhar no campo.
O livro mostra o ponto de vista de dois personagens diferentes:
Day e June. Day, um menino que vem de família pobre, que falhou no seu teste de
aptidão e fugiu, e que é o criminoso mais procurado da República apesar de ter apenas 15
anos, e June, que tirou a nota máxima em seu teste, que vem de família rica e
influente, e que já tem um cargo militar elevado garantido apesar de também ter
apenas 15 anos. Basicamente, dois personagens opostos.
A estória começa com June recebendo sua primeira missão:
capturar o criminoso Day.
Esse livro é basicamente um apanhado de vários outros livros
aglomerados em uma estória só, mas que ainda assim, de alguma forma, consegue
ser original. Em vários pontos desse livro me peguei pensando “ei, essa ideia
vem de livro tal”, mas ao invés de irritar, isso apenas faz com que você sorria
em admiração à Marie Lu por conseguir criar algo bom de várias coisas já
existentes.
Além disso, a escrita é muito boa. O livro tem cenas de ação
o tempo todo que, mesmo que recorrentes, não parecem forçadas. Eu senti que
tudo o que aconteceu tinha um propósito ali, nada estava sendo descrito a toa.
Todos os personagens são bem construídos e interessantes, e se desenvolvem ao longo do livro de forma satisfatória. É difícil, as vezes, encontrar livros com personagens que se desenvolvam de forma plausível, que não mudem de opinião do nada só para o bem da estória, e nesse livro isso foi muito bem feito.
Todos os personagens são bem construídos e interessantes, e se desenvolvem ao longo do livro de forma satisfatória. É difícil, as vezes, encontrar livros com personagens que se desenvolvam de forma plausível, que não mudem de opinião do nada só para o bem da estória, e nesse livro isso foi muito bem feito.
Sobre a relação entre Day e June, ouvi muitas pessoas
dizendo que foi “Instalove” (amor instantâneo), que eles não tinham uma razão para se sentirem
daquela maneira um pelo outro, foi muito forçado, etc..., mas da maneira como eu entendi o livro, não foi
nada disso. Não foi amor instantâneo, foi atração física instantânea, e isso
acontece, galera. Você pode se sentir fisicamente atraído por outra pessoa, sem
precisar conhecê-la, sem precisar de uma razão específica. Você olha pra alguém e pensa "ei, que pessoa bonita. Eu gostaria de fazer a batalha das bocas com ela". E vamos lá né gente,
June descreve Day como um cara muito atraente, e o desenho que a própria autora fez do personagem sugere a mesmíssima coisa. Eu também estaria atraída por ele,
sério. E o Day também não diz nada diferente de June. Ou seja, dois
adolescentes hormonais e atraentes correndo pelas ruas e tentando ser um mais
esperto que o outro, claro que “vai dar namoro”.
De qualquer forma, já mencionei como adorei o modo como Marie Lu fez o
desenvolvimento dos personagens, sendo o maior deles o desenvolvimento de June.
Durante o livro, ela passa por coisas que a fazem perceber que a República não
é nem de perto o local maravilhoso que ela achava que fosse, e nós acompanhamos
sua relutância em ir contra o que sempre acreditou, em se rebelar. Eu adorei
isso, pois a opinião de uma pessoa não muda da noite pro dia, mas sim como algo
gradual, e Marie Lu soube descrever a opinião de June muito bem.
As mortes do livro me chocaram completamente, e fiquei
triste com todas elas. Uma delas acontece beeeem no início, com um personagem
sobre o qual eu adoraria ter sabido mais, mas que morre cedo.
De forma geral, o livro é uma das melhores leituras do ano.
Ouvi dizer por aí que a tradução não é boa (poxa, Rocco), e sei por experiência
que as mudanças de fonte de um capítulo para outro para representar June e
Day de formas diferentes podem se tornar bem cansativas (apesar de isso não ser culpa da Rocco), mas fora isso é tudo uma maravilha. Acontecem
MUITAS outras coisas interessantes que nem citei aqui, só pra não dar spoiler. Mal posso esperar para saber
mais sobre as colônias e os patriotas. Prodigy, aqui vou eu.
Beijos, etc.
Beijos, etc.
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