domingo, 21 de julho de 2013

Resenha: Insurgente

de Veronica Roth

Ok! Confesso que tem algumas semanas desde que terminei esse livro, e a falta da resenha era só preguiça, mas aqui está.
Aviso que essa é uma resenha do SEGUNDO volume da série Divergente, então spoilers sobre o primeiro livro são inevitáveis.
Nós começamos imediatamente onde paramos no final do primeiro livro. Tris num trem com Four, Caleb, Marcus e Peter, indo para onde a facção da Amizade está ajudando todos os refugiados da "guerra". O símbolo na capa do livro é o símbolo dessa facção, se não me engano, porque são eles que plantam as coisas e estão a cargo das fazendas nas fronteiras que abastecem a sociedade em si.
Não vou dar um resumo, ou uma sinopse, porque né, preguiça. Resumo, sinopse, isso tudo tem pela internet. Mas basta saber que o livro é basicamente uma corrida maluca em todas as facções sobre as quais não sabíamos quase nada e aprendemos aqui.
Vou começar dizendo que Insurgente foi bem melhor do que Divergente, em matéria de construção de mundo. Ainda acho a sociedade meio bagunçada, uma coisa que não foi muito bem pensada, mas agora pelo menos posso dizer que entendo PORQUE  essa sociedade é assim, desorganizada. O final, o finalziiiinho, é a parte mais interessante do livro, e responde duas ou três das perguntas que eu fiz na outra resenha.
Nesse livro nós aprendemos mais sobre os sem facção, EBA. Sério, eles são a coisa que mais me interessa no livro inteiro. Foi legal ver que eles estavam planejando sim uma revolução e só esperando o momento certo para atacar, isso foi muito inteligente da parte deles. Palmas, amigos, palmas para sua inteligência.
Ainda acho que não faz o mínimo sentido promover a desigualdade entre cidadãos fazendo eles se dividirem em facções e que é burrice achar que todo mundo tem uma qualidade entre cinco que se sobrepõe às outras, mas eu não acho que os criadores dessa sociedade tiveram muito tempo pra pensar no que eles estavam fazendo, o que é uma coisa que você também entende ao ler o livro.
A relação entre Tris e Four, que eu meramente aceitei no livro anterior por esse ser, afinal, voltado para o público feminino jovem, ficou mais acreditável nesse livro, apesar de todas as dificuldades pelos quais os dois passaram. No livro anterior, a relação deles era só fogo nas partes íntimas. Nesse livro, eu senti como se eles realmente estivessem se conectando melhor, o que eu gostei.
O único problema é que parece denominador comum em todas as trilogias YA que o casal principal precisa passar por 5 mil provações no segundo livro. Gente, pra quê, se já tem tanta correria acontecendo? Foi realmente necessário que os dois mantivessem tanta coisa um do outro? Não. Foi necessário que tantas mentiras fossem contadas assim, na cara de pau? Não. Foi necessária toda essa angústia e frustração? Não. Mas teve tudo isso enchendo linguiça e adicionando páginas que eram, francamente, desnecessárias ao livro.
Pelo lado bom, conhecer melhor as outras facções foi super interessante. Ver como Franqueza e Amizade funcionam foram minhas partes favoritas do livro, porque a curiosidade que senti no outro (mais o tédio de estar só na Audácia o tempo todo) foram gigantes.
Sobre a escrita, não tenho muito a adicionar ao que já disse na resenha do anterior. Odeio narrações no presente, mas estou me acostumando, porque vários livros hoje em dia estão sendo escritos assim, e eu não consigo escapar deles. Mas o livro flui bem rápido e é na verdade bem fácil e legal de ler, uma vez ignorada minha frescura.
Os personagens continuam sendo muito bem construídos (isso é algo que eu reconheço, apesar de ter gostado ainda menos da Tris nesse segundo) e com personalidades reconhecíveis e diferenciáveis das dos outros, algo que vem sendo mais e mais difícil de se achar em livros hoje em dia, onde todos os personagens parecem ou todos iguais ou diferentes mas estereotipados.
De novo nos deparamos com a festança de morte. Veronica, amada, não é necessário matar gente a torto e a direito pra fazer seu livro real ou intenso, você pode matar uma ou duas pessoas e pronto. Ou tornar seu livro intenso de outra forma.
E Tris, querida, você precisa de uma arma. Sua vida está sendo constantemente ameaçada todos os dias, e você acha que uma simples faca vai resolver? Deixe seu trauma de lado e pense na sua proteção, esse é o meu recado para você.
Então, no todo, eu gostei de Insurgente. A sociedade foi meio que explicada (apesar de algumas perguntas permanecerem), me deixou interessada no próximo livro, os personagens tiveram uma quantidade decente de desenvolvimento, e não parece cair na Síndrome do Segundo Livro. Todos ganham.
E todos respiram felizes agora que Ana fez uma resenha que não reclamava do livro o tempo todo.

Beijos, etc.

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