domingo, 21 de julho de 2013

Resenha: Anna e o Beijo Francês

de Stephanie Perkins

Basicamente, o livro é sobre uma menina, a Anna, que vai estudar em Paris um belo dia, deixando seus amigos e seu quase-talvez namorado para trás, e lá ela se apaixona por outro cara, o St. Clair.
Esse livro é ótimo pra quem só quer uma coisa leve para os deixar felizes, que seja rápida de ler e sem muita confusão.
Honestamente? Eu tentei ficar o mais longe possível desse livro. Quer dizer, olha essa capa! Existe algo que grite "YA meloso" mais alto do que essa capa? (e nem vem com "não julgue um livro pela capa", porque ela é extremamente importante para a propaganda do livro ok, todo mundo tinha que se preocupar com a capa). E o título diz "beijo francês". Sério, gente, sério.
MAAAS em todos os vlogs de livros que vejo as pessoas estavam falando sobre isso. Anna and the French Kiss isso, Anna and the French Kiss aquilo, e não vi NENHUMA resenha negativa. O que as pessoas diziam era "eu achei que esse livro ia ser muito ruim, mas agora ele virou um dos meus romances contemporâneos favoritos" e "oh meu deus que livro ótimo", "oh meu deus que personagens maravilhosos". Então eu resolvi ler, porque né, sou uma pessoa flexível e disposta a dar a cara a tapa. E li.
Já vou começar pedindo desculpas a quem amou esse livro e o tem como favorito, mas sinceramente? O que tem de mais?
Tá, o livro é alegre, romântico, as imagens que ele te dá de Paris são boas, o livro acaba bem, mas... Me deixou um pouco desconfortavel.
Não desconfortável no mesmo sentido que os livros do Stephen King me deixam desconfortável, mas no sentido de que os personagens eram pintados pela autora como essa pessoa perfeita, mesmo que a seu próprio modo, quando não eram perfeitas nem de longe. Se a autora tivesse reconhecido, ou demonstrado saber, que seus personagens tem falhas, tudo estaria bem.
Não vou nem entrar na idealização que Anna faz de St. Clair (e o livro, por ser em primeira pessoa, nos força a idealizá-lo também e sentar por páginas e páginas de Anna pensando em como o cabelo dele é perfeito), mas vou falar de Anna.
Anna não tem desenvolvimento algum durante o livro. Ela termina sendo a mesma pessoa que conhecemos quando o livro começou. E ela também é um pouco má, mesmo que não perceba isso, e o único exemplo que consigo pensar agora é quando ela conhece Ellie, a namorada de St. Clair.
Anna está em Paris a sei lá quantos meses (com internet, diga-se de passagem), e não tenta aprender francês sozinha. Ela não COME direito por dias por não saber como pedir o café da manhã em francês, e mesmo assim não pensa em procurar as palavras na internet? Parece que ela simplesmente quer que as coisas se resolvam sozinhas, que o francês apareça magicamente em sua mente um dia (o que acontece, mais pro final, quando ela entende uma conversa INTEIRA em francês. QUÊ? Ela não sabia nada duas semanas atrás!)
Epa, peraí, eu disse que Anna não tinha nenhum desenvolvimento durante o livro? Deixe-me corrigir: ela aprende francês do nada.
Outra coisa que me incomodou nela: a constante pena de si mesma que ela sente. Cara, você tá em Paris. Para de reclamar de como Paris é ruim e você odeia estar aqui, e relaxa. Vai conhecer a cidade. Vai ter novas experiências. Ficar sentada reclamando da vida não é legal pra quem tá lendo sua estória.
Sabe o que mais não é legal? Esquecer que existem outros personagens. Em certo ponto do livro você vai notar que a autora esquece que existem outras pessoas no mundo além de Anna e St. Clair. Poxa, eu queria saber mais sobre a Meredith. Eu queria saber porque o John falta tantas aulas. Eu queria saber MAIS.
Uma última crítica: o final. Sabe como todo livro tem aquele momento em que tudo dá errado ao mesmo tempo, mas vai se consertando? Então, esse livro também tem isso, claro. Mas as coisas não vão se consertando, elas simplesmente estão certas de um capítulo pro outro. Sério. O resolvimento das coisas  no final foi tão repentino que eu tive que voltar e ver se era aquilo mesmo. Parece que tinha prazo pra entregar o livro e não deu tempo de desenvolver as coisas. Tudo dá errado, você vira a página, e tudo está certo. Gente, sério.
Apesar de tudo o livro é divertido. Dá pra ficar entretido por algumas horas. É bom pra quem saiu de algum livro muito desconcertante e precisa levantar, dar uma sacudida pra poder voltar a ler direito.

Beijos, etc.

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