domingo, 21 de julho de 2013

Resenha: O Circo da Noite

de Erin Morgenstern

O livro tem, basicamente, três estórias acontecendo simultaneamente.
A principal, que é a do jogo, do desafio entre esses dois magos poderosos, um que acredita que a mágica que já está presente nas pessoas é melhor e mais poderosa, e outro que acredita que a mágica ensinada pode atingir níveis muito maiores de grandeza. Esses dois mágicos tem cada um seu pupilo, Celia Bowen e Marco Alisdair, e desde pequenos Celia e Marco aprendem sobre esse desafio pelo qual eles vão ter que passar, mas não sabem o porque dele, o quando, o como ele será feito ou terminado, quem é seu adversário, nada.
A segunda estória é a de Bailey, um menino que visita o circo algumas vezes e faz amigos lá dentro, e sua estória se desenvolve aos poucos.
E a terceira é você.
No livro, existem alguns pequenos capítulos em que a autora descreve você, e suas reações, ao ver e entrar no circo. Ao sentir o cheiro, ao comer as coisas, ao ver as atrações, etc. Essas pequenas partes te deixam completamente imerso no livro, e mesmo que eu não goste muito de autores me dizendo como eu estou me sentindo, esse recurso funciona extremamente bem nesse livro.
O Circo é diferente. Não tem palhaços e nem essas atrações comuns que você vê em circos por aí, e não é uma única tenda, mas várias tendas, cada uma com uma coisa completamente diferente e inacreditável e mágica na parte de dentro.
A primeira coisa que vou dizer é que eu simplesmente amei esse livro. A escrita de Erin Morgenstern é linda, me fez acreditar de verdade que eu estava lá, com os personagens, passando por tudo aquilo, e cada vez que ela descrevia uma tenda nova eu suspirava e pensava em como seria bom ter algo assim no mundo real. Nenhum detalhe escrito no livro me pareceu inútil, eu queria saber tudo, tudo que a autora tinha para me contar sobre aquele lugar maravilhoso, preto e branco, com cheiro de caramelo, que eu nunca poderia visitar.
A maioria das críticas negativas sobre esse livro dizem que o desafio não foi nada do que os leitores estavam esperando, mas como eu não esperava nada, só deixei o livro me levar, não me irritei. Confesso que assim que descobri o que o desafio realmente era, achei a ideia genial. Eles não machucariam ninguém no processo (além de talvez eles mesmos) e o circo só ficaria cada vez melhor e com tendas mais maravilhosas.
O final é, sim, um pouquinho confuso, mas eu acho que entendi, e apesar de não ser o que eu estava esperando, eu gostei.
Hector Bowen, o pai de Celia, é provavelmente a pessoa mais detestável com a qual já tive o desprazer de me encontrar. Nem o homem de terno cinza me irritou (eu na verdade fui capaz de o compreender e até simpatizar com ele), mas Hector? Não. Tudo que eu queria era a sua morte.
Eu não sei mais o que dizer sobre esse livro, além do que tem estado na minha cabeça desde que o terminei: com certeza vai para minha lista de favoritos.
Raras vezes me deparei com livros que eu senti que precisava ler devagar, e mais raro ainda é eu desejar que um livro nunca acabe, e já que esse livro me fez sentir ambas as coisas, sinto que ele merece algum tipo de reconhecimento diferente da minha parte.
O tempo todo, ao ler esse livro, eu pensava: "mágica. Esse livro é como mágica", e eu não consegui largar.
Sei que nem todos vão ter essa opinião, e entendo, mas acho que todos deviam pelo menos dar uma chance à escrita de Erin Morgenstern.
Espero que a autora escreva mais coisas que mexam comigo como esse livro mexeu.

Beijos, etc.

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