sábado, 4 de janeiro de 2014

Resenha: Chaos Walking #1 - The Knife of Never Letting Go

de Patrick Ness

Eu não sei se esse livro é considerado distopia, ou sci-fi, ou o quê, mas a estória é a seguinte: Nosso personagem principal, Todd, está a um mês de fazer 13 anos, idade na qual ele se tornará um homem. No planeta onde ele vive, no entanto, o que eles chamam de New World, os anos duram 13 meses, o que faz com que nosso personagem tenha uns 14 anos de idade, de acordo com os nossos meses aqui.
Todd vive num lugar onde algum tipo de doença se espalhou pelos cidadãos assim que eles chegaram lá (uns 20 anos atrás), e o que quer que tenha sido a doença, ela fez com que todos os homens fossem capazes de ouvir o pensamento de todos os outros homens, e matou todas as mulheres. Eles chamam essa doença de "The Noise". Está em todos os lugares, o tempo todo. Você nunca pode realmente escapar, o ruído nunca para.
Todd é o último menino da cidade; todos os outros já viraram homens. Um dia, ele está indo buscar maçãs para seu "pai", Ben, (seus pais de verdade morreram. Dois homens cuidam dele: Cillian e Ben), e ele se depara com algo que achava impossível: absoluto silêncio.

Eu li esse livro em inglês porquê, sinceramente, como você vai de The Knife of Never Letting Go para O Motivo? E que capa horrível é essa que a Pandorga deu para a edição brasileira? Sério. Então eu já sabia que se gostasse do livro, eu ia querer comprá-lo em inglês (títulos bem melhores e que fazem sentido na estória, capas bonitas...). O fator decisivo para eu começar a ler em inglês foi quando eu ouvi alguém dizendo que a narrativa dessa trilogia era bem diferente: o Todd nunca aprendeu a escrever ou ler direito, e como a narrativa é em primeira pessoa, ele escreve como ele ouve as palavras sendo ditas. Então várias vezes ele escrevia coisas como preparayshuns onde deveria ser preparations, etc. Outro fator foi o de que eu ouvi que durante o livro vários sotaques diferentes são representados na escrita, e eu sabia que isso ia se perder muito na tradução. Preferi pegar na língua original mesmo.
Essa escrita nova que o Patrick Ness usa me deixou um pouco confusa no início, mas eu logo me acostumei com ela. Não tinha lido nem 7% do livro quando me acostumei de verdade, então sem maiores problemas aqui.
Os personagens são muito bons e bem escritos. Os personagens maus são MAUS  mesmo e te deixam com vontade de matá-los você mesma, e os nossos dois personagens principais, Todd e Viola, tem falhas, cometem erros, tem seus momentos fofos, momentos heróicos, etc. Eu fiquei com vontade de gritar com eles, e de colocá-los no meu colo e dizer que vai ficar tudo bem, as vezes na mesma página.
E a estória em si, também, é muito interessante de ler. Eu tinha uma ideia de pra onde o enredo estava indo, mas eu não esperava muitas das coisas que aconteceram.
A única crítica que tenho desse livro é que ele é muito deprimente. Eu senti, enquanto ia lendo, que tudo estava ficando pior e pior, nada parecia melhorar nunca, a atmosfera era triste e eu estava, muito como Todd e Viola, sem esperança.
E tem uma coisa que acontece, lá pelos 70 ou 80% do livro, que me deixou MUITO mais deprimida do que eu já estava. De fato, foi nessa hora que eu realmente comecei a perceber o quão triste esse livro estava me deixando. A única coisa que me deixava realmente feliz no livro foi tirada de mim de forma brutal, sem pena.
Talvez eu tenha lido esse livro rápido demais, e por isso tenha ficado muito sufocada nele. Talvez eu devesse ter dado algumas paradas. Mas ao mesmo tempo em que ele me deixava com esse sentimento, eu não conseguia largá-lo. Eu precisava saber o que ia acontecer, como ele ia terminar. Eu quase imediatamente comecei o segundo quando terminei esse, e só aí percebi que não, eu não podia ler tudo isso direto, eu devia ler alguma coisa feliz no meio.
Eu realmente espero que Patrick Ness me dê alguma outra felicidade no próximo livro. Mais personagens bons, mais coisas boas, para que eu possa me refugiar neles quando me sentir sem esperança de novo. Não sei se vou aguentar se ficarmos só com Todd e Viola.

Beijos, etc.

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