sábado, 7 de julho de 2012

Resenha: Admirável Mundo Novo

de Aldous Huxley

O livro é uma distopia publicada em 1932, e nele o autor nos mostra um futuro que talvez, quem sabe, não seja tão diferente do futuro que nós vamos ter.
Os seres humanos não nascem mais, eles são criados. De fato, as palavras "mãe" e "pai" são consideradas palavras sujas. Existem poucas mulheres férteis no mundo, e todas elas tomam anticoncepcionais constantemente. Todos os humanos são divididos em castas: Alfa, Beta, Gama, Delta e Ípsilon, e quanto mais "baixa" sua casta for, menos... desenvolvido, por falta de palavra melhor, você é, de forma que os Alfas são altos, bem formados, bonitos, enquanto Ípsilons são deformados, muito baixos, etc.
Todos são condicionados desde o nascimento de forma a amar sua própria posição e não ter inveja de posições acima. Através de gravações que se escuta quando está dormindo, você aprende, se for um Beta, por exemplo, que "adoro ser um Beta. Não vou brincar com aquela criança, ela veste preto, e preto é a cor dos Ípsilons." etc.
Os seres humanos são condicionados a gostar apenas de coisas que deem lucro à sociedade e, por consequência, são motivados (através de choques sem piedade, ainda quando bebês) a odiarem a natureza, pois a natureza é de graça.
Qualquer emoção é mal vista, então você é motivado a sair com várias pessoas ao mesmo tempo, para não se apegar a nenhuma.
E para qualquer tristeza que você sinta, qualquer hora em que se sentir deslocado ou simplesmente cansado, há o "soma". O soma é uma droga perfeita. Meia grama e você fica em um estado de leveza por algumas horas, e o melhor é que não há dor de cabeça ou mal estar após o efeito da droga ter passado.

Nesse universo, somos apresentados a Bernard Marx, um Alfa-mais. Por algum motivo, o soma não produz um grande efeito nele, o que já o faz se sentir excluído da sociedade. Pessoas no laboratório dizem que houve algum problema na criação e que ele foi alimentado com álcool de Delta, e por isso ele é diferente. Ele não é muito fã da ideia de ter várias companheiras sexuais, mas isso se deve mais ao fato de que as mulheres o acham estranho demais para todas quererem sair com ele do que à sua moral.
Bernard é um personagem principal detestável. O personagem principal mais detestável que já li, me atrevo a dizer.
Não vou dizer bem o porquê de achar isso, pois não conseguiria fazê-lo sem dar nenhum spoiler, por isso deixe-me terminar dizendo que o livro é muito bom, e que o que o faz realmente valer a pena são as explicações de como aquele mundo é, no início do livro, e as razões pela qual em uma sociedade utópica (que eles acreditam que criaram, e talvez tenham) não podem haver emoções muito fortes. Por isso laços de parentesco e tristeza com a morte de entes queridos devem ser eliminados.
"Todos são felizes agora."
(Não mencionei John ou os selvagens de propósito. Deixe que o livro te diga tudo o que há para saber sobre eles, pois eu não o faria direito.)


Beijos, etc.

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